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Mantega diz ser 'avesso às aventuras e ao entusiasmo infantil'
Por Do Diário OnLine
28/03/2006 | 17:51
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Durante seu discurso de posse nesta terça-feira, o novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixou claro que não irá modificar radicalmente a política econômica adotada pelo seu antecessor, Antonio Palocci. "Sou avesso às aventuras e ao entusiasmo infantil", disse o novo 'homem forte' da economia nacional, durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto e que contou com a presença de Palocci, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outras figuras políticas que representam a base aliada do governo.

Mantega, que antes de assumir a Fazenda passou pelo Ministério do Planejamento e atuou como presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico), também não perdeu a oportunidade de elogiar publicamente Palocci, sua equipe e suas conquistas. "Em 2004 o Brasil deu início a um ciclo de desenvolvimento continuado com as características de desenvolvimento econômico, distribuição de renda, geração de empregos e redução da pobreza. Em grande parte tudo isso se deveu à tenacidade e à competência do ministro Antonio Palocci, a quem rendo minhas homenagens e o respeito de companheiro de longa data."

As palavras de Guido Mantega chegam a ser contraditórias, já que sempre foi um ávido defensor da redução brusca da taxa de juros para proporcionar, na visão dele, um crescimento econômico de pelo menos 4% ao ano. Palocci, ao contrário, sempre abusou dos juros e sacrificou o crescimento para manter a inflação controlada e dentro da casa de apenas um dígito.

Por fim, o ministro da Fazenda enalteceu a importância de contar com o apoio de Lula nessa sua nova empreitada. "Continuo fiel a mim mesmo e às minhas idéias. O desenvolvimento que defendo é responsável. Se aceito, honrado e orgulhoso, o desafio de conduzir a economia brasileira é porque estou consciente de que não faltarão o apoio do presidente Lula, de todos os membros do governo, dos trabalhadores e dos empresários para o Brasil crescer aos limites do seu potencial", concluiu Mantega.

Pela manhã... – Em entrevista ao Bom dia Brasil, da Rede Globo, Guido Mantega já havia anunciado que não iria alterar o rumo da política econômica adotada por Palocci. Segundo ele, "não trata-se da política econômica do ministro Palocci ou de qualquer outro ministro, mas sim do presidente Luiz Inácio Lula da Silva", a qual ajudou a construir. "Tenho trabalhado esses três anos em sintonia com Palocci e com o presidente, e ajudei a construir a política que está sendo praticada, de responsabilidade fiscal, de controle da inflação e desenvolvimento", disse.

Bombardeado por perguntas relacionadas aos juros – assunto de maior frustração entre os empresários –, ele lembrou que as quedas estão acontecendo "há cinco ou seis reuniões" e que o objetivo a manter as reduções, principalmente pelo fato da inflação estar controlada. "O Brasil precisa ter juros civilizados, que permitam a produção interna e o consumo".

Sobre os baixos patamares do dólar, Mantega afirmou que o regime do câmbio flutuante é o "melhor possível". Ele observou que as baixas cotações da moeda americana refletem o grande sucesso brasileiro no comércio exterior, porque se o câmbio cai, significa que "está entrando dólares no país como nunca se entrou antes". "É o preço que nós pagamos: ter mais dólares e a conseqüente desvalorização", destacou.




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