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Evento discute a indústria do plástico do Grande ABC

As empresas se encontram hoje em Santo André para discutir a participação da região no mercado nacional

Por Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
25/09/2008 | 07:02
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Empresas de toda a cadeia produtiva do plástico se encontram nesta quinta-feira em Santo André para discutir a participação do Grande ABC no cenário atual do mercado nacional. Intitulado Grande ABC, a Capital Nacional do Plástico, o evento reunirá o VII Seminário do Setor de Plástico do Grande ABC e III Rodada de Negócios Plásticos.

O complexo químico e petroquímico da região conta com cerca de 600 empresas que empregam mais de 18.000 pessoas, sendo uma das maiores atividades geradoras de emprego e renda no Grande ABC. O evento tem como principal objetivo a integração das empresas do setor, de forma a manter a liderança nacional.

Não é à toa que a Agência de Desenvolvimento do Grande ABC tem na indústria do plástico um dos seus focos prioritários. "Nós temos uma vocação indiscutível para a produção de resinas plásticas", afirma Fausto Cestari, secretário- executivo da instituição.

Para o executivo, o maior crescimento do setor veio nos últimos dez anos, com a fixação de empresas da indústria automobilística e de embalagens na região.

Com a formação do grupo Quattor, que agrupou a Unipar Divisão Química, a PQU (Petroquímica União), a Suzano Petroquímica e a Polietilenos, ficou clara a intenção do setor. "Estamos posicionados de uma forma decisiva e competitiva na produção nacional", afirma Cestari.

GARGALOS
Uma das principais reclamações do setor é o alto preço da matéria prima do plástico dentro do país. "O prduto importado chega no país a um preço tão mais baixo que tange a concorrência desleal", afirma Sidney Santos, gerente executivo da Apolo (Associação das Indústrias dó Pólo Petroquímico do Grande ABC). Para ele, o principal vilão dos preços é a alta tributação praticada no país.

Segundo o presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), Merheg Cachum, o preço da matéria prima também é o gargalo em âmbito nacional. "Precisamos de um nivelamento em relação aos preços internacionais".

Por melhor que seja a qualidade do produto brasileiro, o presidente da associação defende que a questão que mais afeta a atividade no cenário atual é o custo. "Não adianta nada anunciarmos inovação e tecnologia se não conseguimos ser competitivos no preço."

Dentro do setor de transformação, responsável pela fabricação de produtos finais a partir do plástico, há ainda outras questões a serem enfrentadas, segundo o coordenador do APL do Plástico (Arranjo Produtivo Local do Plástico) Joelton Gomes dos Santos, Ele acredita que um importante elemento estimulador da indústria na região é a proximidade com os centros de pesquisas científicas do setor. "Temos muitos profissionais da área e instituições dedicadas ao estudo do material no Grande ABC", comenta.

Esse intercâmbio de informações, quando bem aproveitado, traz inovações e qualidade ao produto nacional. "Competimos diretamente com a China e outros países emergentes, mas o diferencial é o que nos mantém bem posicionados."

DEMANDA - Gibran Tarantino, diretor comercial da Solvay Indupa do Brasil, localizada em Santo André, é otimista em relação à demanda do mercado nacional. "Esperamos um crescimento de 20% em 2008 no consumo de PVC", afirma. A alta no consumo vem principalmente do crescimento da construção civil e do saneamento básico no país.

A demanda é tão grande que atualmente a Solvay Indupa investe na expansão da planta produtiva do Grande ABC. "Já temos US$ 500 milhões aplicados na região e com a listagem na bolsa, investiremos ainda mais."

Pólo busca bom relacionamento com moradores da região

Conhecidas décadas atrás por serem grandes poluidoras e por provocarem as mais variadas interferências nos locais onde são instaladas, as indústrias petroquímicas, responsáveis pela fabricação do plástico, tentam reverter essa fama.

Embora Sidney Santos, gerente executivo da Apolo, afirme que hoje a interferência das indústrias no meio ambiente já não é tão devastadora, ainda existe uma preocupação com a pecha deixada pela história. "Com a tecnologia que se trabalha hoje em dia, já não temos o mesmo potencial destrutivo de antigamente. Mesmo assim, precisamos ‘devolver' algum tipo de serviço para a população, garantindo um bom relacionamento com a comunidade". afirma.

A partir dessa mentalidade, a população do entorno do Pólo Petroquímico de Capuava conta com a atuação da Apolo em diversos serviços sociais.

A principal iniciativa, chamada Pólo dá Vida, oferece, semestralmente, em quatro localidades diferentes, os mais diversos serviços, desde corte de cabelo até orientação jurídica, à população local. "Não é uma comunidade extremamente carente, mas procuramos levar os serviços às escolas públicas da região, trazendo esse tipo de produto para mais perto dos moradores", explica Santos que afirma ter realizado oito mil atendimentos só na última edição do evento.




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