Setecidades Titulo Educação
Municipalizadas estão entre as piores

Notas das escolas, avaliadas pela primeira vez no
Ideb após início do processo, ficaram entre 4,2 e 4,5

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
17/08/2012 | 07:00
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Quatro escolas recém-municipalizadas integram lista das dez piores do Grande ABC que oferecem ensino do 1º ao 5º ano, segundo o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Entre as unidades que eram de responsabilidade do Estado até 2010 e passaram a pertencer aos municípios, três estão localizadas em Santo André e uma em Diadema.

Avaliadas pela primeira vez sob responsabilidade do município, a nota dessas instituições variou de 4,2, no caso das Emeiefs (Escolas Municipais de Ensino Infantil e Fundamental) Miguel Ruiz, no bairro Cidade São Jorge, e Odylo Costa Filho, na Vila Guiomar, a 4,4 na Emeief João de Barros Pinto, em Utinga, Santo André, e chega a 4,5 na Escola Municipal Sagrado Coração de Jesus, no bairro Casa Grande, em Diadema.

A melhor nota entre escolas nesta faixa etária foi obtida em São Caetano, na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Padre Luiz Capra - 7,3. A unidade superou a média municipal (6,4), estadual (5,6) e nacional (5) e ultrapassou sua própria meta para o ano de 2021 (6,7).

Para a secretária de Educação de Diadema e coordenadora do Grupo de Trabalho Educação no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Márcia Santos, os índices baixos são alerta para que os gestores olhem para estas unidades com mais atenção. Na região, ela destaca o empenho das cidades em investir na melhoria da Educação.

Na Emeief Odylo Costa Filho, não há surpresa quanto ao índice baixo. Uma funcionária destaca que a unidade atende crianças em alto índice de vulnerabilidade social, tendo em vista sua localização, próximo à favela Tamarutaca. Para ela, fatores extraclasse influenciam a qualidade do ensino. "Temos trabalho de formar cidadãos, além de nos preocupar com o conteúdo pedagógico", diz.

A expectativa é de melhores índices no próximo Ideb. A meta da unidade para 2013 é de 4.5. Por isso, o promotor Clécio Gomes da Silva, 31, não pretende mudar os filhos de 8 e 10 anos de escola. "Não vejo problema na qualidade do ensino", diz.

Pais de estudantes da Emeief Miguel Ruiz ressaltam que houve melhorias desde que a escola passou a ser administrada de forma compartilhada entre município e Estado. Exemplo disso está na família de Cilene Francisca do Nascimento, 40. A filha mais velha, Camila, 16, foi aluna da unidade quando ainda era estadual e sente a diferença no ensino dos filhos de 7 e 10 anos, que passaram a frequentar a instituição quando já estava municipalizada.

Em Santo André foram avaliadas 92 escolas que oferecem ensino de 1º ao 5º ano, sendo 50 municipais e 42 estaduais. Já em Diadema, foram 51 unidades - 16 do município e 35 do Estado.

Santo André diz que melhoria na educação não reflete no Ideb

Apesar da melhora no nível de aprovação dos alunos e na avaliação da Prova Brasil, Santo André foi a única da região que não atingiu a meta estipulada pelo MEC no Ideb 2012. A cidade obteve nota 2% abaixo da projetada para 2011 entre escolas públicas (5,6). Considerando apenas unidades do município, a nota foi 5,4, sendo que a meta era 5,5.

Em nota, a administração informou que em relação à avaliação interna das escolas, as taxas de aprovação de 2009 e 2011, no cômputo geral, apresentam melhora de 1,3 na média aritmética que não aparece no indicador de rendimento do MEC (que mantém o índice de 0,94 nos dois anos). A Prefeitura destaca ainda que não sabe por qual razão o resultado positivo não repercute no indicador de rendimento.

Foi esclarecido ainda que na conjunção dos itens analisados se verifica que as escolas municipais apresentaram evolução em todos os itens e que a rede avançou, na escala do Ideb, comparativamente a 2009, 0,3. Para a Prefeitura, não está claro o critério utilizado pelo ministério para estabelecer a meta em 5,5.




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