Os moradores de Diadema querem mais espaços de lazer. Os cinco parques existentes são pouco para os 383,6 mil habitantes da cidade. "Aqui é o único lugar que temos para trazer as crianças. Os outros estão tomados pelo mato, são perigosos", diz a dona-de-casa Edilamar Fernandes Beltrame, 23 anos. Ela se refere ao parque Fernando Vitor de Araújo Alves, no bairro Eldorado. Às sextas-feiras e aos sábados, Edilamar leva o filho de 2 anos, Marcel, para brincar na área verde. O parque lota aos finais de semana. "Gostaria também de poder levar meu filho para atividades de pintura ou algum local legal que contasse histórias para criança. Acho que Diadema deixa a desejar na parte de diversão e lazer."

A diversão das mães que acompanham os filhos nos parques é assistir às brincadeira dos filhos. Se para as crianças a diversão é limitada, para os adultos é inexistente. "Minha vizinha fica trancada em casa. Hoje a trouxe para o parque", conta a empregada doméstica Maria das Graças dos Anjos, de 49 anos.

"Poderia ter mais parques em Diadema", reforça a dona-de-casa Arlete Bonfim, 36 anos, moradora do bairro Eldorado e mãe de Rafael, 5, e Viviane, 3.

De janeiro a junho, a Prefeitura pouco fez para reverter a situação. No primeiro semestre do ano, nenhuma nova área verde foi inaugurada. A administração municipal diz que mantém 209 oficinas culturais nas áreas de artes plásticas, dança, fotografia, hip hop, música, literatura, teatro e vídeo. Esses cursos são mi-nistrados em centros culturais. No primeiro semestre, a Prefeitura reformou o Centro Cultural Diadema, que oferece um cineteatro com capacidade para 377 pessoas.

O prefeito José de Filippi Júnior cita as políticas públicas de segurança e o combate ao desemprego como fatores que mais contribuem para a retomada da qualidade de vida na cidade. A lei seca, que estabeleceu desde o segundo semestre de 2002 o fechamento da maioria dos bares após as 23h, fez despencar em até 59% o índice de homicídios em Diadema. No primeiro semestre deste ano, houve queda de homicídios e furto. Mas três tipos de crimes aumentaram: roubo em geral e furto e roubo de veículos.

Outro ponto positivo é que a cidade lidera as estatísticas de novos empregos industriais no Grande ABC. Porém, o ponto fraco reconhecido pelo prefeito é a área de esportes. "Gostaria de fazer mais no esporte, mas não temos recursos suficientes nessa pasta", diz.