Política Titulo São Bernardo
CPI da OAS entra em fase derradeira com incertezas sobre avanço político

Perto de encerramento, bloco patina em ouvir técnicos e evita Marinho e Lula

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
09/08/2021 | 01:00
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A CPI da OAS em São Bernardo inicia semana decisiva sobre como será seu epílogo. Depois de atingir o ápice no primeiro semestre, com depoimentos que reacenderam toda polêmica relação da empreiteira com figuras do petismo da cidade, os trabalhos perderam força, esbarraram em decisões jurídicas e na imobilização diante da tentativa de convocação do ex-prefeito Luiz Marinho (PT) e até do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O bloco foi recriado neste ano pela base de sustentação do prefeito Orlando Morando (PSDB) com objetivo de investigar se houve irregularidades na parceria da empreiteira com a gestão petista – a OAS tocou diversos empreendimentos em São Bernardo no mandato de Marinho, o principal deles o Piscinão do Paço. Como o alto comando da empresa relatou à Operação Lava Jato o pagamento de propina para figuras de peso do PT, vereadores de São Bernardo buscam saber se essas negociações ocorreram no município.

Depois de um mês de recesso parlamentar, havia expectativa para convocação de nomes importantes da política de São Bernardo relacionadas com o caso, até porque, no fim do primeiro semestre, depoimentos de técnicos ressaltaram que o Piscinão do Paço foi construído desobedecendo preceitos da boa engenharia – não houve sondagem adequada do solo onde o equipamento foi instalado e mudança sem prévio aviso da escavação (uma vez que o reservatório seria feito no estacionamento do Shopping Metrópole, não no do Paço).

Porém, foram aprovadas convocações de mais quadros técnicos. A CPI ouvirá entre hoje e amanhã um ex-funcionário da TCRE Engenharia, responsável pela consultoria técnica do piscinão, e três ex-secretários de Marinho – Oscar Gameiro (Transportes), Sebastião Ney Vaz (Serviços Urbanos) e Tarcisio Secoli (Coordenação Governamental e Serviços Urbanos). Não está no horizonte ouvir Marinho ou Lula, citados no depoimento do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, a despeito de a dupla petista negar com veemência qualquer ilação de irregularidade nos contratos da empreiteira em São Bernardo.

Presidente da CPI, Mauricio Cardozo (PSDB) reconhece o tempo exíguo de execução dos trabalhos, mas garante que haverá celeridade nas atividades para confecção de um relatório. A CPI tem validade até o dia 2 de setembro e não pode mais ser prorrogada. “Vamos trabalhar para que o relator (Julinho Fuzari, DEM) tenha tempo de fazer sua peça e que nós tenhamos tempo de ler e analisar antes de ir ao plenário.”

Indagado se há perspectiva de convocação de Marinho ou Lula, Cardozo salientou que existe necessidade de ouvir esses quadros técnicos recém-chamados antes da decisão sobre os caciques petistas. “Vamos fazer avaliação depois de ouvir essas pessoas para saber se temos de ouvir mais alguém. Talvez eles citem outras pessoas que não identificamos no processo (de apuração). Estamos caminhando para os finalmente e se tiver de chamar o Marinho iremos chamar e vamos tocar”, comentou o tucano, que foi funcionário da Secretaria de Serviços Urbanos na gestão petista. 




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