O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) julgou quinta-feira à noite que a greve realizada pela GCM (Guarda Civil Municipal) de São Bernardo entre junho e julho, que durou 31 dias, foi legal.

O Tribunal ainda determinou reajuste salarial de 8% aos grevistas, aumento do vale-refeição de R$ 4 para R$ 8, concessão de vale-transporte, ressarcimento de descontos dos dias parados e pagamento de valor proporcional retirado das férias.

A Prefeitura de São Bernardo tem de acatar as medidas a partir da data de publicação da decisão, o que deve ocorrer no início da próxima semana.

Se a administração não obedecer, terá de pagar multa diária de R$ 200 mil, além de 5% do valor do salário de cada um dos 584 guardas que compõem o efetivo da corporação. O valor das multas será doado ao Hospital do Câncer de São Paulo.

O TRT também determinou a reintegração de três guardas integrantes do movimento grevista que foram demitidos após a paralisação, bem como estabilidade de 60 dias para todos os guardas após a publicação do julgamento.

A decisão judicial foi comemorada pela categoria. “A Justiça comprovou que nossas reivindicações de melhores condições de trabalho eram justas, não estávamos brincando”, afirmou Oséas Francisco da Silva, 31 anos, um dos líderes grevistas e demitido pelo comando da corporação.

A reportagem solicitou posicionamento da Prefeitura sobre a decisão do TRT. A administração informou, entretanto, que só irá se pronunciar quando receber a notificação da decisão. A Prefeitura também não informou se irá recorrer na esfera federal.

Encontro - Neste sábado, das 9h às 17h, será realizado o segundo encontro do MVG (Movimento de Valorização dos Guardas) no Sindicato dos Químicos do Grande ABC, na Rua João Basso, no Centro de São Bernardo.

O movimento tem por objetivo unificar a categoria para solucionar problemas comuns entre a classe. Aproximadamente 2.500 guardas atuam em seis cidades da região, menos em Rio Grande da Serra.