Setecidades Titulo História viva
Invasão estrangeira pelas ruas da região

Admiradores de veículos policiais despertam atenção com seus carros e motos estilizados

Niltom Valentim
Do Diário do Grande ABC
23/11/2020 | 00:01
Compartilhar notícia
DGABC


A maioria dos filmes ou séries de ação exibe cenas com veículos policiais. Diante das telas do cinema ou TV, há pessoas que se dão por satisfeitas em admirar os carros e motos. Outras, entretanto, não medem esforços para ter um deles na garagem. E algumas dessas viaturas rodam pelas ruas do Grande ABC, chamando atenção por onde passam.

A pedido da equipe de reportagem do Diário quatro aficionados por viaturas se reuniram no estacionamento do Ginásio Poliesportivo de São Bernardo. E em pouco tempo monopolizaram as atenções. A bem cuidada frota foi formada por uma moto Kawasaki modelo KZ 1000 Police identica às que foram usadas no seriado de TV Chip’s (California Highway Patrol’s, ou Polícia Rodoviária da Califórnia), uma Harley Davidson 1.700 cilindradas igual às da Polícia de Nova York, um Ford Taurus, que também imita os veículos da força policial da Big Apple e um VW Fusca vermelho e preto, com pintura e equipamentos das Baratinhas, como eram conhecidas as rádio-patrulhas que circularam por São Paulo de 1963 até 1987.

O comerciante Osmar Mateus Martins, 56 anos, vibrava com as aventuras dos policiais Jon Baker (Larry Wilcox) e Frank Poncherello (Erik Estrada) na série Chip’s, que foi exibida entre 1977 e 1983. Até que em 2018 surgiu a oportunidade de comprar uma moto igual à da dupla. Mas ele não ficou apenas no veículo. Investiu também na indumentária. Tem o uniforme (a camisa é importada dos Estados Unidos), botas, cinto e até um capacete exatamente igual ao dos ídolos. “O que me levou a comprar essa moto foi a paixão pelos trabalhos policiais. Eu a uso no dia a dia e onde paro ela chama atenção. É uma moto icônica”, conta com orgulho. 

Fábio Denzin, 45, gestor de segurança de uma rede de hotéis é o dono do Taurus, ano 1995, e da Harley. A moto, de uso exclusivo das forças armadas e auxiliares, pertencia ao Exército Brasileiro, e era usada na Capital Federal, antes de vir para sua garagem. 

O carro, que foi importado pela Ford e chegou a rodar à paisana, ganhou nova identidade após o acréscimo de várias peças trazidas dos Estados Unidos. “É uma paixão. Isso envolve a questão da solidariedade com as pessoas carentes que não têm a oportunidade de possuir ou manusear um veículo policial”, afirmou Denzin, caracterizado como policial nova-iorquino e acompanhado do cunhado, o gerente de vendas Fábio Ventura. 

BARATINHA

O carro mais popular do Brasil, o Fusca, tem como uma de suas facetas a versão policial, que ganhou o apelido de Baratinha  pelas cores e formato. O que pertence ao comprador Irineu Capozzi, 48, foi fabricado em 1978. E está com ele há dois anos. “Já comprei caracterizado como carro de polícia”, conta o integrante do Fusca Club ABC, destacando que até 1982 os veículos eram vermelho e pretos e em 1983 passaram a ser cinza e branco, cores que são usadas até hoje. 

“É uma forma de resgatar e manter a história da polícia. É uma maquininha de fazer amigos. Sou parado no posto de gasolina, no trânsito. Todo mundo acaba se aproximando”, afirma. 

Uma das pessoas que se interessou pelo carro, um policial militar, presenteou Capozzi com um capacete, que pertenceu ao pai, também integrante da corporação e que já havia falecido. O objeto hoje fica no interior do veículo. “Liguei para ele e falei que o pai dele havia voltado para a ronda”, afirmou.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;