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Homem de cinema
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
21/11/2009 | 07:00
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Por conta de uma sequência de trabalhos relacionados à linguagem audiovisual lançados recentemente, Alex Moletta poderia ser facilmente rotulado como "homem de cinema". Aos 37 anos, porém, o roteirista e dramaturgo de Santo André se mostra cada vez mais versátil. Roteiros para HQ, contos e livros infantis estão em produção ou prestes a sair do forno. No teatro, sua base artística, arriscou-se recentemente até mesmo na iluminação.

"Sou muito curioso. Acho a interação dessas linguagens um caminho muito interessante", explica. Formado em Filosofia, e integrante da Cia Fatídicos desde 1995, estudou dramaturgia teatral na ELT (Escola Livre de Teatro). Logo depois, integrou a primeira turma de criação de roteiro na ELCV (Escola Livre de Cinema e Vídeo). "Estudar cinema surgiu também da necessidade de divulgar os espetáculos", explica.

Quando terminou o curso, o cinema digital dava seus primeiros passos. Criou oficinas de iniciação à linguagem cinematográfica, que ministrou em São Caetano, Mauá e, este ano, na ELCV. Desde 2003, 80 curtas surgiram dessas aulas. A experiência desses seis anos foi depositada no livro Criação de Curta-Metragem em Vídeo Digital, lançado em agosto pela Summus Editorial.

"A proposta é mostrar que cinema não está no equipamento. E que longe dos padrões hollywoodianos ou filmes brasileiros de orçamento, ainda é possível produzir sem esperar anos e anos por investimento", conta. "Dois momentos foram revolucionários: a criação da câmera digital e a possibilidade de publicar vídeos na internet", atesta.

Desde o lançamento, Moletta tem participado de bate-papos em cursos de comunicação. "O livro foi adotado por três universidades. O retorno tem sido excelente", relata. O livro é um passo a passo e mostra uma trilha de produção invertida em relação aos filmes de alto orçamento. "Nós começamos sem o roteiro, apenas com um argumento. Só depois de definida a locação é que o roteiro e todas as outras etapas são feitas. Assim os custos diminuem bastante", diz. Gari, longa roteirizado por ele, também deve sair nos próximos meses.

As HQs têm ocupado bastante o seu tempo criativo, assim como a literatura. Tem no forno três projetos de quadrinhos que têm roteiro seu, além da publicação de um conto que tem Paranapiacaba como cenário e o infantil Marina e a Última Semana. "Trabalho ainda como roteirista freelancer para a Mauricio e Sousa Produções. É sempre assim: fazemos várias coisas ao mesmo tempo para sobreviver de arte", ri.




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