Até o momento, nem Prefeitura de Diadema nem Transkomby - empresa privada contratada para locar veículos para o transporte de alunos com deficiências, pacientes, servidores públicos em atividade e até mesmo documentos da administração municipal - explicaram a razão de as vans flagradas pelo Diário, por três dias diferentes, conforme série de reportagens publicadas a partir do dia 17, estarem fazendo tour no Zoo Safári, antigo Simba Safári, em São Paulo.

O contrato, celebrado em 2006 na administração do ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT) e vigente com termo de prorrogação, prevê como obrigação da Transkomby que os "veículos ficarão em local determinado pela Divisão de Frota e Oficinas, mesmo fora do horário em que estiver à disposição da Prefeitura, uma vez que o combustível a ser utilizado será fornecido pela Prefeitura de Diadema, não sendo, em hipótese nenhuma, permitida a ida do motorista para sua residência no fim do expediente com o carro, nem mesmo nos fins de semana".

No Zoo Safári, administrado pela Fundação Parque Zoológico de São Paulo e vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente, a Transkomby possui contrato de permissão de uso para realização de passeios aos visitantes a bordo de vans no parque - são cerca de quatro quilômetros pela Mata Atlântica e 380 animais de 42 espécies distintas. A permissionária recebe 50% sobre o valor do ingresso (R$ 12, criança, e R$ 16, adulto). De terça a sexta-feira, a empresa tem de oferecer seis vans, número que sobe para 12 aos sábados, domingos e feriados.

A Transkomby paga para o zoológico. Realidade bem diferente do contrato celebrado pela Prefeitura, que possui 80 veículos da frota terceirizada, entre vans, utilitários, motocicletas e caminhão-baú, sob seu controle, inclusive de fornecimento do combustível. Outra cláusula prevista no contrato, mas que não está sendo cumprida, principalmente pelas vans que prestam serviços para a Secretaria de Educação, é a obrigatoriedade de adesivos nos veículos com a logomarca da administração municipal.