Política Titulo Sem autorização da Câmara
Consórcio rejeita saída de Diadema do colegiado

Entidade recusa ofício de Lauro por falta de aval legislativo, mas pode apresentar opção

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
24/04/2017 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC


O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC decidiu rejeitar o pedido do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), de retirar a cidade da composição do colegiado sem aval dos vereadores. O Diário apurou que a tendência é que o governo do verde seja comunicado ainda no decorrer desta semana.

A justificativa do Consórcio é a de que o modelo de saída proposto por Lauro não está amparado pelo estatuto do colegiado, que exige autorização legislativa para o desligamento dos municípios. A gestão Lauro baseou-se no protocolo de intenções da entidade, que estabelece simples comunicado prévio à desfiliação.

Alegando dificuldades financeiras – o Consórcio é mantido pelas sete prefeituras –, Lauro entregou a carta de intenção de desligamento de Diadema na assembleia mensal de prefeitos realizada no dia 4. Na ocasião, o discurso oficial do órgão era o de que os setores jurídico e financeiro do colegiado estudariam alternativas à permanência do município no debate regional. O Diário antecipou, no entanto, que o colegiado já preparava a reprovação do ofício, o que poderia forçar Lauro a judicializar o caso.

ALTERNATIVA

Apesar da rejeição, ganha força nos bastidores a possibilidade de o Consórcio propor a Lauro método diferenciado de cumprimento das obrigações junto à entidade.

Como o prefeito diademense já assinou acordo de parcelamento em seis anos da dívida de R$ 8,3 milhões do município com o colegiado e terá de continuar transferindo o rateio referente ao exercício vigente, a possível proposta é a de que o pagamento das parcelas negociadas tenha carência de dois anos. Ou seja, que o Paço de Diadema comece a depositar o acordo apenas em 2019, penúltimo ano de Lauro à frente do Executivo.

Essa medida, porém, ainda é embrionária e precisa ser discutida formalmente entre os demais prefeitos, tendo em vista que no início do mandato o colegiado já adotou medidas que visassem reduzir o impacto das contribuições mensais em meio à crise econômica, como reduzir o índice de repasse dos municípios (de 0,5% para 0,25% da receita corrente líquida). Internamente, contudo, os chefes dos Executivos também entendem que o Consórcio tende a ficar frágil com o desligamento inédito de um integrante.




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