Respondendo a uma pergunta sobre a vontade dos clubes de ser indenizados pelas federaçoes nacionais que convocam seus jogadores, Blatter foi muito claro: ``Nao haverá indenizaçoes. Os estatutos da Fifa dizem que a cessao de jogadores às seleçoes é gratuita. Isso sempre foi assim e continuará sendo'.

``O problema é que certas federaçoes, como a da França, a da Holanda ou a da Suíça pagam aos clubes. Mas nem todas as federaçoes têm condiçoes de pagar. Como poderia uma federaçao africana pagar salários exorbitantes das estrelas do AC Milan ou do Real Madrid?', pergunta Blatter.

Blatter reafirma a idéia de que os jogadores fazem parte como trabalhadores, e nao como propriedade dos clubes. ``Os clubes nao sao os proprietários dos jogadores, mas sim dos patrocinadores. Além disso, esses clubes pertencem a uma organizaçao sem a qual nao existiriam (...) O G14 (quatorze grandes nomes do futebol reunidos numa associaçao) é uma associaçao que nao pertence nem à Fifa nem à Uefa. Nao é um interlocutor válido. O único interlocutor válido sao as Ligas Profissionais', afirmou.

O presidente da Fifa falou também do decreto Bosman, ``nao se trata de limitar os direitos, mas de fazer o futebol mais responsável. O decreto Bosman diz que os jogadores sao trabalhadores que podem se empregar no país que quiserem'. ``Mas o que acontece se nao houver trabalho?. Nao poderao ser contratados. Um exemplo: um homem tem duas filhas. Uma é mecânica e quer trabalhar em Turim, na Fiat. Poderá fazê-lo?. Sim, se estiver qualificada e houver uma vaga. A outra filha, uma jogadora de futebol, quer trabalhar no Juventus de Turim. Poderá fazê-lo? Nao, porque é uma mulher', brinca Blatter, que trabalha em favor da chamada fórmula 6+5 (seis jogadores selecionáveis + cinco jogadores estrangeiros).

``Se a Fifa decidir que a vitória vale três pontos, que cada equipe tenha onze jogadores e que as partidas durem 90 minutos, por que nao pode decidir que sejam seis selecionáveis no campo de jogo?. Nao acredito que os políticos possam ir contra isso se suas federaçoes pedirem. Temos muitas esperanças de chegar a um acordo ainda este ano', concluiu.