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Casos de HIV aumentam e OMS pede prevenção
Da AFP
21/11/2005 | 09:40
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Apesar de as taxas de infecção pelo HIV estarem baixando em alguns países, o número de pessoas infectadas pelo vírus da Aids aumenta no mundo, segundo o mais recente informe publicado nesta segunda-feira pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), que pedem mais prevenção e tratamento para conter a epidemia.

O informe anual "Situação da Epidemia da Aids - dezembro de 2005" está centrado, segundo seus autores, na prevenção do HIV, e é divulgado às vésperas do Dia Mundial contra a Aids (1º de dezembro).

"Temos novos dados que indicam que as taxas de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana em adultos caíram em alguns países e que as mudanças no comportamento para prevenir a infecção, como uma utilização maior de preservativos, o adiamento da primeira experiência sexual e a redução do número de pares sexuais desempenhou um papel decisivo nessa queda", assinala a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Unaids.

Apesar disso, o número de pessoas que contraem o HIV continua aumentando todos os anos.

Em 2005, cerca de 14.000 pessoas foram infectadas por dia com o vírus causador da aids, a maioria delas, 95%, nos países de menores rendas, de acordo com o estudo.

No total, 40,3 milhões de pessoas são HIV positivas no final de 2005 (contra 37,5 milhões em 2003), com 4,9 milhões de novos infectados em relação ao ano de 2004. A cifra de mortes por aids subiu para 3,1 milhões de pessoas no corrente ano.

A zona mais afetada pela epidemia continua sendo a África subsaariana, onde 25,8 milhões de pessoas viviam com o HIV e 2,4 milhões de pessoas morreram de aids em 2005, segundo a OMS. A organização calcula em 3,2 milhões o número de novos casos de infecção por HIV nessa região este ano.

Na América Latina, a cifra de infectados com o HIV chega a 300.000 pessoas, com 24.000 falecimentos no ano que se encerra e 200.000 novos casos de contágio. Segundo a OMS, aproximadamente 1,8 milhão de pessoas vivem com o HIV.

O trabalho destaca alguns avanços recentes na região do Caribe (Bahamas, Barbados, Bermuda, República Dominicana e Haiti), que permitem um otimismo moderado: há concretamente uma clara redução do presença do HIV entre as mulheres grávidas, de um aumento na utilização do preservativo entre profissionais do sexo e da ampliação dos serviços de assistência e testes voluntários do HIV".

O Caribe é precisamente a única região onde o número de pessoas com HIV não aumentou em 2005. A Europa Oriental e a Ásia Central registraram os maiores aumentos em contágio de HIV (25% e 1,6 milhão de novos infectados).

"No entanto, a África subsaariana continua sendo a região mais infectada do mundo: 64% das novas infecções (mais de três milhões de pessoas) ocorrem neste subcontinente", explica o informe.

"Nós nos sentimos esperançosos com os progressos realizados por alguns países e pelo fato de que os programas sustentáveis de prevenção do HIV desempenharam um papel decisivo na redução do número de infecções. Mas a realidade é que a epidemia de aids continua superando os esforços mundiais e nacionais para contê-la", afirmou o dr. Peter Piot, diretor executivo da Unaids.

O funcionário pediu para ampliar com urgência o alcance e a escala dos programas de prevenção do HIV.

O informe destaca, no entanto, que os níveis de acesso ao tratamento de HIV melhoraram nos últimos dois anos.

"Calcula-se que neste ano foram evitados entre 250.000 e 350.000 mortes graças ao acesso maior ao tratamento do HIV", indica o texto divulgado antecipadamente para a imprensa.

No entanto, em alguns países da América Latina, Caribe, Oriente Médio e África do Norte, a vigilância insuficiente do HIV está prejudicando os esforços de prevenção e, no geral, supõe que as pessoas expostas ao risco maior - os homens que têm relações sexuais com homens, os profissionais do sexo e os consumidores de drogas intravenosas - não estejam cobertas ou atendidas adequadamente através das estratégias de prevenção e tratamento do HIV", conclui o informe.



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