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Calor antecipado faz fabricante de sorvetes rever meta de vendas
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
21/11/2009 | 07:00
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O verão ainda não começou, mas as fabricantes de sorvetes já festejam o forte aumento das vendas neste mês. Indústrias relatam a duplicação do consumo em relação ao mês anterior, o que faz com as previsões feitas por representantes do segmento para o crescimento da demanda neste ano comecem a ser revistas. Segundo o presidente da Abis (Associação Brasileira das Indústrias de Sorvetes), Eduardo Weisberg, as perspectivas iniciais eram de crescimento da ordem de 3% em 2009. "Mas, pelo jeito, deve ultrapassar bem esse número", afirma.

Dois fatores colaboram para a maior procura: os sinais de melhora da economia e o clima quente. Em relação aos termômetros, Weisberg considera que ainda existe o tabu, no Brasil, de que o sorvete no inverno faz mal à saúde. "Essa é uma ideia falsa", afirma o dirigente, que explica que 70% das vendas dos produtos se concentram no verão. Aos poucos, segundo ele, esse hábito vai mudando e o item ganha, cada vez mais, status de alimento para qualquer período.

No entanto, o consumo per capita ainda é pequeno, na comparação com outros países.No Brasil, são 4,98 kg por habitante ao ano (dados de 2008). Houve evolução significativa (de 23%) em relação aos números de seis anos antes - 4,04 kg por ano -, mas ainda é bem menos que em países europeus, como a Dinamarca, que supera os 15 kg anuais por habitante.

Uma das empresas do setor, a Oggi, de São Bernardo, aposta no aumento do poder aquisitivo da população, na boa aceitação de seus produtos e no aquecimento da temperatura. Em outubro, segundo o diretor, Sérgio Mauad, as vendas cresceram 15% em relação a setembro e neste mês dobraram.

O mesmo foi relatado pelo gerente comercial da Saint Luiger, Javier Rodriguez, que assinala que a forte procura também não estava prevista. "Estamos tentando recompor os estoques", diz. A empresa, que tem fábrica em Cotia (na Grande São Paulo) com produção de 2 milhões de litros por mês (produção de sorvetes de massa e picolés), projeta alta 6% neste ano em relação a 2008. E investe na frota de veículos e em aquisição de refrigeradores para colocar nos pontos de venda, para seguir em ritmo ascendente no ano que vem.

A Oggi investe na ampliação de sua fábrica para aumentar em 40% sua capacidade produtiva e para fabricar 450 toneladas por mês (ou cerca de 900 mil litros) de picolés. Pertencente à Só-Gelo, tradicional no mercado de gelo há 30 anos, a companhia surgiu em 2006 para explorar o potencial do segmento.

A marca, presente em 1.500 pontos de venda (padarias, lanchonetes e restaurantes), desde o mês passado pode ser encontrada também em lojas do Carrefour em todo o Estado e - em municípios do Interior - no Pão de Açúcar.

Neste ano, deve crescer 15% em faturamento. Em 2010, em função da ampliação da fábrica e da chegada nos hipermercados, a expectativa é alta de 30%.

A escolha do produto também ajuda. Os picolés - caracterizados pela compra por impulso - já representam 19% do mercado total de sorvetes no País.




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