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Machinea diz que convertibilidade do peso corria perigo
Por Do Diário do Grande ABC
30/05/2000 | 11:35
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O ministro argentino de Economia, José Luis Machinea, admitiu nesta terça-feira que sem o ajuste anunciado nesta segunda-feira, estaria em risco a possibilidade da Argentina de ``ter acesso ao mercado e à reativaçao econômica' e também a convertibilidade do peso.

Em declaraçoes à rádio Mitre, o ministro assinalou que a ``longo prazo, certamente a convertibilidade (um peso igual a um dólar por lei desde 1991) também' perigava e assegurou que o pacote de medidas ``nao é mais drástico do que o esperado'.

``Enfrentamos uma situaçao internacional que nos últimos 45 dias mudou, para mal da Argentina. Era preciso fazer algo e tivemos de optar pelo lado do gasto', precisou Machinea.

O governo de Fernando De La Rúa anunciou nesta segunda-feira um forte ajuste do gasto público com uma economia de US$ 938 milhoes anuais. Entre as medidas, reduziu salários de servidores estatais, militares e policiais entre 12 e 15%.

As centrais sindicais reagiram com o anúncio de uma greve geral, prevista para esta quarta-feira.

Machinea explicou igualmente que a alternativa que se apresentava era reduzir os salários ou demitir.

``E embora nos critiquem, nao fomos mais duros com o emprego, pareceu-nos melhor a reduçao dos salários', levando em conta a atual crise de falta de trabalho.

Admitiu também que ``estamos em uma situaçao complicada', mas se declarou otimista sobre o futuro.

Por outra parte, o ministro considerou que ``nao é razoável' pensar que o ajuste determinado vá afetar o consumo.

Além disso, o ministro ameaçou os concessionários do correio e dos aeroportos de iniciar açoes judiciais e executar garantias se nao ficarem em dia com o pagamento dos compromissos correspondentes.

Nesta terça-feira chega ao país uma missao técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI) para supervisionar as metas fiscais, no marco de um pesado déficit fiscal, que o governo deseja nao ser superior a 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB).

O FMI concedeu ao país ajuda de US$ 7,3 bilhoes, em troca de que nao se supere um déficit fiscal este ano de US$ 4,7 bilhoes, mas o governo consumiu quase a metade do objetivo entre janeiro e abril.




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