"Não existe sistema de saúde perfeito, e todos os governos entendem que sempre precisam melhorá-lo." A declaração é do diretor da consultoria em saúde Interhealth,de São Paulo, e ex-professor da FSP (Faculdade de Saúde Pública) da USP (Universidade de São Paulo), Bernar François Couttolenc.

Ela explica que dependendo do critério, um sistema de saúde sobressai em relação ao outro. Se o parâmetro for tecnologia, os Estados Unidos saem na frente, entretanto, dado seu alto custo, cerca de 50 milhões de norte-americanos não têm acesso a ele. Porém, se os critérios destacarem o acesso universa, então o mérito fica, principalmente, com a Europa Ocidental.

"Nesses países, independentemente de seu poder aquisitivo, você será atendido em enfermaria, com os custos cobertos pelo governo. Porém, se o paciente preferir ficar em um apartamento, com TV e demais atrativos, então deverá pagar de seu bolso", detalhou o especialista. "O norte-americano e o brasileiro gostam de escolher o médico. Na Europa, isso não existe."

Couttolenc comentou que se o foco estiver na ampla cobertura, mas com limitações nos serviços, destacam-se países como Cuba, Sri Lanka e Vietnã. "Essas nações definiram algumas prioridades e se esforçam para que toda a população tenha acesso a elas."

O consultor comentou que o modelo brasileiro peca pela abrangência, o que o torna muito caro.

Segundo Couttolenc, o Brasil gasta em média, com saúde, US$ 700 por habitante ao ano. Em Cuba, esse valor transita de US$ 150 a US$ 200 por habitante, em saúde/ano. Muito inferior ao assinalado nos Estados Unidos, que é de aproximadamente US$ 5.000 por habitante com saúde anualmente.