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Homem que guiava barco na represa some
Por Do Diário do Grande ABC
25/07/2006 | 07:46
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O camelô José da Silva Filho, 39 anos, desapareceu. Mineiro, como é conhecido, era o único adulto a bordo do barco que naufragou na tarde de sábado na represa Billings, matando sete crianças afogadas. Desde domingo ele não é visto no Parque Reid, em Diadema, onde mora. Segundo vizinhos, o ambulante teria sido ameaçado de morte após o incidente e preferiu se "esconder".

A casa de Mineiro, um barraco simples de madeira à beira da rodovia dos Imigrantes, foi apedrejada. "A gente ficou sabendo que queriam até tocar fogo na casa", disse V.M.S., 16 anos, enteada do camelô. Com o sumiço do padrasto, ela passou a dormir no barraco acompanhada apenas pelo namorado. "Estou com medo. Não sei nem quem é que está fazendo isso", afirmou a garota, referindo-se aos ataques.

Mineiro foi visto pela última vez no domingo, após ter sido liberado do 3º DP de São Bernardo, onde o caso foi registrado. Ele não compareceu ao sepultamento das crianças e, segundo a enteada, está escondido com a mulher e os dois filhos do casal. Seu enteado Déverson William dos Santos é uma das vítimas. A mais velha, Karolaine, 7, teria sido tirada pela mãe do barco pouco antes dele seguir para o meio da represa porque estava chorando.

Nesta segunda-feira, foi aberto um inquérito para apurar o caso. Por enquanto, José da Silva Filho é o único averiguado no caso, registrado como homicídio culposo – quando não há intenção de matar. Segundo o delegado Kazuyoshi Kawamoto, "dificilmente" a classificação passará para doloso – quando há intenção de matar. Mesmo assim, se for considerado autor de homicídio culposo, Silva Filho pode ser condenado entre um e três anos de prisão.

Tensão – Desde a tragédia na Billings, o clima no Parque Reid é de apreensão. Parentes das crianças mortas disseram que também estão recebendo ameaças por telefone. Nesta segunda-feira à tarde, uma viatura da PM rondava as imediações após uma denúncia de que moradores do Jardim Eldorado iriam promover um quebra-quebra na rua onde mora a maioria das pessoas que estavam sábado no churrasco à beira da represa. No fim, o ultimato não passou do discurso.




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