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Califórnia também vota sobre casamento e cassino na 3ª
Do Diário do Grande ABC
06/03/2000 | 12:08
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Além do papel crucial que podem ter na escolha dos candidatos presidenciais, os californianos vao se pronunciar esta terça-feira sobre itens como casamento e o direito dos índios a se beneficiarem da indústria do jogo.

Os eleitores vao decidir, mediante referendo, sobre cerca de 20 projetos de lei, entre eles se os adolescentes que cometeram delitos graves devem ser julgados como adultos, mas sao as questoes sobre casamentos e cassinos que despertam maior interesse.

A mais polêmica é a chamada Proposiçao 22, que introduziria uma nova disposiçao no código civil estipulando que ``apenas o casamento entre um homem e uma mulher é válido e reconhecido na Califórnia'.

A proposta, apoiada pelo senador William 'Pete' Knight, visa impedir que a Califórnia, que reconhece os casamentos realizados em outros Estados, também aceite unioes homossexuais se estas chegarem a ser legalizadas um dia em algum lugar do país.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo está proibido em todos os Estados Unidos, mas existem casos nas cortes de vários Estados americanos que poderao torná-lo uma realidade.

Os partidários da proposiçao 22, que divide a comunidade religiosa, basearam sua campanha na proteçao da família e das crianças, e até o momento parecem levar vantagem nas pesquisas.

Apesar da campanha pelo ``Nao' começar tarde, já recebeu o apoio de políticos como os candidatos democratas à Casa Branca, Al Gore e Bill Bradley, ou o governador da Califórnia, Gray Davis, que, apesar de declarar-se contra as unioes homossexuais, acham que a proposta se intromete na vida privada dos indivíduos.

Independente do que acontecer esta terça-feira, os defensores do casamento entre homossexuais já estao recolhendo assinaturas para organizar um referendo sobre a legalidade dessas unioes nas eleiçoes de novembro.

Por sua parte, os índios da Califórnia também iniciaram uma nova guerra para continuar operando legalmente as máquinas caça-níqueis e jogos de apostas em suas reservas, que neste estado geram cerca de US$ 1 bilhao anuais.

Em novembro de 1998, os índios ganharam o referendo mais cara da história, apesar da hostilidade dos cassinos do vizinho de Nevada, desejosos de continuar sendo os donos de uma indústria alimentada em mais de 30% pelos californianos.

Depois de ser atacada nos tribunais, a iniciativa foi declarada anticonstitucional em agosto do ano passado. O novo texto, batizado ``Proposta 1A', corrige os pontos de conflito e, segundo a mais recentes pesquisas, também deverá ser aprovado.

Seus defensores, entre eles a maioria das tribos do Estado, financiaram uma cara campanha televisiva para destacar que seus cassinos mantém 50 mil empregos diretos e geram fundos para a educaçao, moradia e assistência sanitárias de seus membros.

Seus detratores temem, no entanto, que a ``Califórnia se converta realmente num estado de jogos' e que atraía pessoas viciadas em apostas.




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