Dos 1,6 bilhão de litros de água desperdiçados diariamente no Estado de São Paulo, o Grande ABC é responsável por 13,7% desse total, que corresponde a 219 milhões de litros de água. Mauá é a cidade que mais perde água. A Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) calcula que 40% da água distribuída vá para o ralo sem ser aproveitada. Em alguns meses, o índice chega a 50%.

Padrões internacionais consideram aceitável a perda de até 25% da água distribuída. Em uma conta por consumo de água por 100 mil habitantes, São Bernardo é a segunda que mais desperdiça. Em Mauá, são 14,8 milhões de litros de água perdidos por dia a cada 100 mil habitantes; em São Bernardo, 11,1 milhões.

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), responsável por São Bernardo, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, explica que as perdas têm três causas conhecidas: encanamentos antigos, pressão muito alta nas tubulações e ligações clandestinas. “Vamos investir R$ 100 milhões num programa de redução de perdas. As principais ações serão de manutenção e troca dos tubos de ferro fundido por modelos feitos em PVC. Nosso objetivo é garantir a substituição de 2% da rede por ano”, diz o assessor técnico Américo Sampaio.

A Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) trocou cerca de 70% de seus hidrômetros para reduzir as perdas. Em Diadema, a Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) diz realizar ações como instalação de válvulas redutoras de pressão e macromedidores no sistema de distribuição de água. O DAE (Departamento de Água e Esgoto) de São Caetano considera sua perda satisfatória. Para o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), o combate ao desperdício de água depende também de fatores educacionais.