Internacional Titulo
'Dia do Trabalho' é celebrado na América Latina com distúrbios
Da AFP
01/05/2006 | 16:51
Compartilhar notícia


O 1º de Maio, Dia do Trabalho, foi celebrado nesta segunda-feira em várias partes da América Latina com pronunciamentos e distúrbios.

Na Bolívia, o presidente Evo Morales anunciou a nacionalização dos hidrocarbonetos em uma cerimônia realizada na jazida de San Alberto, em Caraparí, sul do país.

A medida afeta cerca de 25 empresas multinacionais, entre elas a Repsol (Espanha), a Petrobras (Brasil), British Gas e British Petroleum (Grã-Bretanha) e a Total (França).

Logo em seguida, as tropas do Exército tomaram o controle dos campos petroleiros bolivianos após a decisão do Governo de nacionalizá-los, segundo o Comando Geral do Exército.

A medida tenta assegurar o funcionamento das estruturas de produção para garantir o abastecimento normal de energia e o cumprimento de compromissos como o fornecimento do mercado interno, destacou o documento.

A empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) tomará o controle dos campos petroleiros, enquanto as companhias estrangeiras que operam o produto deverão regularizar sua situação no país com novos contratos em um prazo de 180 dias.

Um pouco mais cedo, o presidente cubano Fidel Castro anunciou que a economia do seu país cresceu 12,5% no primeiro trimestre deste ano, com relação ao primeiro trimestre do ano passado, impulsionada, sobretudo, pelos "serviços de alto valor agregado prestados pelo país".

Este ritmo de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) é superior ao alcançado em 2005 (11,8%), disse à multidão que o ouvia em Havana em comemoração ao 1º de Maio.

O método cubano de medição do PIB inclui há dois anos os gastos sociais e subvenções estatais a produtos e serviços destinados à população.

Fidel Castro acrescentou que os setores da economia que registraram maior crescimento nos três primeiros meses do ano foram: construção (15%), transporte (4,8%), comunicações (12,9%) e comércio interior (30%).

No Chile, a violência explodiu nesta segunda-feira em Santiago durante a marcha convocada pelos sindicatos para comemorar o 'Dia do Trabalho', deixando pelo menos 30 detidos e obscurecendo a mensagem de reivindicação dos líderes sindicais. Os distúrbios começaram quando cerca de 10 mil manifestantes, segundo policiais, passaram em frente ao Palácio presidencial de La Moneda, onde alguns grupos encapuzados derrubaram barreiras de contenção que impediam a passagem até a sede do Governo. Enquanto a marcha continuava, os desconhecidos lançaram pedras que destruíram vitrines do comércio e a Polícia dos Carabineiros os reprimiu com jatos de água e gases lacrimogêneos. Dois fotógrafos e um carabineiro ficaram feridos por pedradas, quando os encapuzados atacaram as equipes móveis dos meios de comunicação.

A manifestação desta segunda-feira no Chile foi convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), a principal central sindical do país, cujo presidente Arturo Martínez havia assinado um acordo com o Governo a fim de evitar ondas de violência. Na Argentina, os partidos de esquerda e organizações de estudantes lembraram o 'Dia do Trabalho' com uma marcha em frente à Casa do Governo para pedir aumentos de salários.

Contudo, inúmeras homenagens aos trabalhadores foram realizadas por todo o país.

Desocupados, estudantes e partidos de esquerda realizaram o ato da capital na histórica Praça de Maio sob as consignas: "Rompam o teto salarial" e "Fim do trabalho informal".

Representantes da Igreja Católica argentina saudaram o trabalhador em seu dia, defendendo a criação de mais empregos e destacando o trabalho das organizações sindicais em distintas homilias.

Na Colômbia, foram realizados protestos em diversas cidades contra a reeleição presidencial e a favor do respeito à vida.

As centrais operárias colombianas comemoravam o 'Dia do Trabalho' nesta segunda-feira, menos de duas semanas depois da suspensão do diálogo com o Governo por falta de garantias à ação sindical.

A existência de uma suposta lista negra de dirigentes sindicais, o assassinato de vários deles, o que as centrais de trabalhadores definem como falta de garantias para atuação, levaram estas organizações a romper o diálogo com o Governo de Alvaro Uribe em 19 de abril.

No México, milhares de trabalhadores iniciaram pela manhã três marchas de protesto em comemoração da data, enchendo às ruas do centro histórico da capital, informou a secretaria de Segurança Pública local (SSP-DF).



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;