Política Titulo
Maria Inês indignada com a CPI
Por Flávia Braz
Especial para o Diário
08/06/2006 | 08:07
Compartilhar notícia


“As provas que garantem minha inocência estão na Prefeitura. Não deixaram a gente entrar. Mais uma vez me negaram a oportunidade de mostrar esses documentos.” O desabafo é da ex-prefeita Maria Inês (PT), que está na mira da CPI de Ribeirão Pires. O relatório final da comissão, ainda a ser analisado pela Câmara, concluiu pela improbidade administrativa da ex-chefe do Executivo, que administrou a cidade por duas gestões (1997-2000 e 2001-2004). Ela é alvo de suspeitas no tocante a pagamentos de precatórios: “Não tenho dúvidas quanto a razão pela qual foi instalada esta comissão. Trata-se de política”, diz a petista.

A indignação de Maria Inês é resultado da proibição do prefeito Clóvis Volpi (PV) quanto a presença de técnicos da administração anterior durante vistoria realizada pela CPI no Executivo em busca de documentos que a petista assegura que estão nos arquivos do Paço. “Esse cotejamento (comparação) é que mostraria a informação correta. Não solicitei para que meu técnico fosse sozinho, mas mesmo assim eles não deixaram”, critica. Apesar de não negar sua escolha por métodos não reconhecidos pelo Tribunal de Justiça, a ex-chefe do Executivo garante:“Minhas decisões” não afetaram o erário público.

As principais falhas apontadas no relatório da comissão incluem a ausência de homologação judicial nos pagamentos feitos à Rita Oliva (herdeira e inventariante do espólio de seu pai), depósitos efetuados diretamente na conta de Oliva e a quebra da ordem cronológica para a quitação de dívidas com precatórios, exigida até 2000. Diante do documento de 52 folhas elaborado pelos integrantes da CPI, Maria Inês refuta grande parte das acusações e defende-se afirmando que, mesmo sem conter o valor das parcelas, todos os acordos foram levados à Juízo.

Divergências – Dentre as diversas “distorções” encontradas por peritos da Prefeitura, a compensação de tributos municipais em detrimento do montante da dívida integra o quadro das supostas irregularidades cometidas pela ex-prefeita.

Maria Inês, no entanto, nega a compensação, mas conta que quando solicitada pela credora a quantia para pagamento de impostos municipais era concedida por meio de um recibo diferente, feito separadamente: um documento era relacionado à parcela da dívida previamente acertada e outro continha o valor do tributo. “Tudo bem, eu estava devendo muito mais. Isso é permitido por lei, não é um encontro de contas, eram pagos em duas vias diferentes”, diz. Maria Inês agora aguarda a discussão de âmbito judicial, que segundo ela, será feita com isenção, “diferentemente do que ocorre atualmente”.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;