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‘Titanic’ volta às telas da Globo nesta segunda-feira
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
06/01/2002 | 16:53
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Titanic, a tragédia mais cara e bem sucedida da história do cinema volta às telas da Globo nesta segunda-feira, às 21h55, no ano em que o naufrágio do navio que dá nome ao filme, ocorrido em abril de 1912, completa 90 anos. Quando foi exibido pela primeira vez em dezembro de 2000 em duas partes, cravou 57 pontos de audiência, mostrando que muita gente ainda queria (re)ver o romance de Jack Dawson e Rose DeWitt. Como a Globo também quer rever os bons tempos de campeã de audiência, a tentativa é afundar a concorrência com nova carga de romantismo explícito.

A TV anuncia com estardalhaço os 11 Oscar conquistados, um recorde que iguala o filme a Ben Hur (1959). São 11 prêmios, melhor filme e diretor entre eles, o restante vem de categorias mais técnicas. E por que? Porque a indústria ficou satisfeita com o resultado para um filme que custou US$ 200 milhões. Se US$ 1,234 bilhão de arrecadação, recorde absoluto no mundo inteiro, não deixasse ninguém satisfeito, o que deixaria?.

Um filme romântico, que trouxesse de volta os casais e famílias ao cinema era tudo o que se pedia enquanto Hollywood produzia mais e mais filmes com tiroteio, explosões, morte, sangue etc. Titanic respondeu a essa demanda, levando ao cinema até quem há muito tempo não pisava em uma sala de exibição.

Outro fenômeno foi Leonardo DiCaprio que caiu nas graças das tietes, que formavam as filas no cinema para ver o filme (e o ídolo) e voltar depois para revê-lo. Com isso, ajudaram a engrossar as cifras. DiCaprio se divertiu mais do que filmou depois do sucesso. Fez, entre outros, O Homem da Máscara de Ferro (1998) e A Praia (2000), e deve voltar às telas este ano com Gangues de Nova York, de Martin Scorsese. Kate Winslet, ao contrário, trabalhou muito (fez 12 filmes depois). Mas as adolescentes queriam ver DiCaprio, não ela.

Titanic é longo, com três horas de duração, narrado em flashback, com uma história já contada em outras telas, mas não com tantos efeitos visuais, e uma canção que enjoou de tanto tocar (My Heart Will Go On, cantada por Céline Dion, cujo refrão a emissora usa nas chamadas). Isso não espantou o público, que se viu atraído pela história, um romance proibido entre duas pessoas de classes sociais distintas que se igualaram na tragédia – a esceção foram os abastados da primeira classe que conseguiram subir nos botes salva-vidas primeiro.

A produção leva em conta todas as pesquisas e investigações sobre o naufrágio e reproduz detalhes no navio, tido como o maior do mundo, o mais luxuoso e impossível de afundar. O que leva o filme à categoria de disaster movie chique, com apelo romântico. Todo mundo já enfrentou fila no cinema, alugou em vídeo ou DVD, viu na TV por assinatura, ou ainda assistiu ano passado na mesma Globo, e derramou sua lágrima. Se você ainda não passou por essa experiência, tem outra chance.

James Cameron ganhou seu dinheirinho com o filme e agora se prepara para filmar True Lies 2, com Arnold Schwarzenegger e Jamie Lee Curtis. Parecia que estava sem fazer nada depois de Titanic, mas produziu a série Dark Angel (exibida no canal por assinatura Fox, na Canbras, Net e Sky) e está tocando seu Mars Project, que prevê um romance, uma minissérie e um filme em 3D para o formato Imax (tela gigante). “Eu sou o diretor de cinema desempregado mais ocupado de Hollywood”, disse para o jornal inglês Daily Telegraph, ano passado.




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