Setecidades Titulo Ensino Fundamental
Mais Educação cresce 80,3%

Programa do governo federal passa a atender
neste ano 23,8 mil alunos de 125 escolas

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
08/06/2014 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 Aumentou em 80,3% o número de estudantes da rede pública do Grande ABC que tiveram jornada diária de aula ampliada em até três horas por meio do Programa Mais Educação, do governo federal, entre 2013 e 2014. De acordo com o MEC (Ministério da Educação), 23,8 mil alunos estão matriculados em 125 escolas estaduais e municipais nas sete cidades e são contemplados com atividades culturais, esportivas ou de reforço escolar no contraturno atualmente. Em 2013 eram atendidas 13,2 mil crianças em 60 instituições. A novidade neste ano foi a adesão da Prefeitura de Mauá ao projeto.

Em todo o País, o programa atende alunos de 49,4 mil escolas e a meta é chegar a 7 milhões de crianças beneficiadas neste ano. Para isso, está aberto processo de adesão voluntária dos municípios até o dia 30. A expectativa é estimular o credenciamento de 17 mil escolas com quantidade elevada de estudantes em situação de vulnerabilidade social, sendo 52 na região. A maior parte destas crianças é atendida pelo Programa Bolsa Família.

A rede municipal de Mauá aderiu ao Mais Educação em maio. Desde então, 1.240 crianças de 14 escolas passaram a ser beneficiadas com atividades educacionais complementares no contraturno escolar. Exemplo são os 50 alunos do primeiro ano do Ensino Fundamental da Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) Samir Auada, no Jardim Guapituba. O programa conta com apoio de 63 monitores voluntários que recebem R$ 400 por mês para acompanhar os estudantes.

Os alunos começaram a permanecer três horas a mais na escola – ficam entre 8h e 15h – e contam com atividades de informática, recreação, alfabetização e matemática, além de almoço e lanche da tarde. A expectativa, de acordo com a diretora da unidade de ensino, Maria Margarida de Paula Bergame, é oferecer ainda neste ano aulas de jardinagem às crianças. “Além da questão da aprendizagem, é uma ótima opção para as mães que trabalham e não têm com quem deixar os filhos”, acrescenta.

Para os pequenos, passar mais tempo na escola é sinônimo de diversão. “Gosto das aulas de informática, de jogar futebol e também de comer”, destaca o torcedor do Palmeiras e fã do jogador Valdívia Pedro Henrique Oliveira Soares, 6 anos. Já Gabrielly Santos Oliveira, 6, comemora o fato de ficar período maior ao lado dos amigos e estudar matemática. “Acho que as crianças aprendem mais”, considera a amante de balé e que pretende ser médica a conselho do pai, que exerce função de pedreiro.

OUTRAS CIDADES

Diadema foi a primeira cidade do Grande ABC a aderir ao Mais Educação, em 2009. Em 2013, o programa foi expandido pela Prefeitura e passou a se chamar Cidade na Escola. Atualmente 8.000 estudantes matriculados nas redes estadual e municipal de 18 escolas são beneficiados. Em Santo André, 6.300 alunos em 36 unidades escolares da rede pública participam do projeto.

São Bernardo mantém 3.100 alunos durante oito horas diárias em 23 instituições públicas de ensino e em São Caetano, 428 crianças participam do programa em três escolas. O Mais Educação conta com 961 matriculados em Ribeirão Pires e 389 em Rio Grande da Serra. Outros 3.700 estudantes da rede estadual de Mauá são contemplados.

Aumento da jornada visa formação integral do estudante

Manter crianças por mais tempo na escola pode trazer benefícios, como inclusão social, ampliação do processo de aprendizagem e formação integral do aluno. Isso se a ampliação do período de permanência for acompanhada das atividades propostas e não significar “depósito de crianças”, considera o professor de História da Educação da Metodista Edson Fasano.

A discussão sobre implantação de ensino em tempo integral na rede pública surgiu em 1930, de acordo com o especialista, e leva em conta a formação integral do estudante, com noções de cidadania.

Além da dificuldade em encontrar espaço viável para a realização das atividades nas unidades de ensino, a demora para que o MEC (Ministério da Educação) libere os recursos para o custeio do programa são problemas apontados pelas prefeituras. “É preciso desburocratizar o processo de inscrições e dar mais agilidade à transferência da verba, porque, às vezes, os municípios aguardam quase um ano para receber os recursos”, diz Fasano.




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