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Câncer mata uma pessoa a cada 2,5 horas na região

Oncologistas realizam, no início de agosto, evento para disseminar informações sobre a doença

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
17/07/2019 | 07:00
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Pixabay


O Grande ABC registrou, em 2017, média de uma morte por câncer a cada duas horas e meia. As informações são do Ministério da Saúde, e mostram que, de 2006 a 2017, houve aumento de 37% nos óbitos causados pela doença – passaram de 2.482 para 3.392 (veja tabela ao lado). Os tipos mais letais são os tumores de pulmão, colorretal, estômago, fígado e mama. 

Com objetivo de disseminar informações sobre hábitos saudáveis capazes de evitar o aparecimento do câncer e a respeito dos tratamentos disponíveis, acontece, em São Paulo, no início do próximo mês, o evento Tenho Câncer, e Agora?, com participação gratuita.

A atividade vai reunir, no dia 3 de agosto, na Vila Olímpia, nove especialistas mundiais em oncologia para debater, de forma didática, direta e clara, com o público sobre tratamentos para a doença que, em 2030, será a principal causa de mortes no mundo e no Brasil. O evento é realizado em parceria pelo Instituto Espaço de Vida, Instituto Lado a Lado pela Vida e a International Myeloma Foundation Latin America. Atualmente, estima-se que ocorram no País 600 mil casos de câncer ao ano.

Coordenador de oncologia mamária e cutânea do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e um dos palestrantes do evento, Felipe Ades explicou que o aumento no número de casos e de mortes por câncer tem mais de uma explicação. “Há melhora na coleta de dados e do diagnóstico. Existe também o aumento na expectativa de vida e o aparecimento de câncer em pessoas mais velhas”, justificou.

Ades, que vai abordar no evento a relação entre estilo de vida e incidência da doença, destacou a necessidade de se adotar hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática de exercício físico e abandono do tabagismo como forma de prevenir o aparecimento de cânceres. “O fumo é o principal fator de risco para praticamente todos os tipos da doença. Em todos os lugares onde a fumaça entra em contato no organismo vai haver acúmulo de toxina”, afirmou.

Presidente do Espaço de Vida e uma das idealizadoras do evento, Christine Battistini detalhou que, há pelo menos dois anos, vem pensando no formato da atividade, com o objetivo de atingir o maior número possível de pessoas. “A gente vê que falta informação, tanto sobre diagnóstico quanto sobre alternativas de tratamento.” 

Com a experiência de quem enfrentou câncer de mama e já foi cuidadora de paciente com a doença, Christine aponta que quanto mais bem informado o paciente e sua família estiverem, menos difícil será lidar com toda a situaçção. “Nossa expectativa é receber até 1.000 pessoas no evento e que todas saibam o que significa ter câncer no século 21”, concluiu. 

As inscrições para a atividade podem ser feitas pelo site www.tenhocancereagora.com.br.

Saúde suspende contratos de remédios gratuitos

O Ministério da Saúde suspendeu, nas últimas três semanas, contratos com sete laboratórios públicos nacionais para a produção de 19 medicamentos distribuídos gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Documentos apontam suspensão de projetos de PDP (Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo) destinados à fabricação de remédios para pacientes que sofrem de câncer e diabete e transplantados. Os laboratórios fornecem a preços 30% menores do que os de mercado. E estudam ações na Justiça.

Associações que representam os laboratórios públicos falam em perda anual de ao menos R$ 1 bilhão para o setor e risco de desabastecimento – mais de 30 milhões de pacientes dependem dos 19 remédios. A lista inclui alguns dos principais laboratórios: Biomanguinhos, Butantã, Bahiafarma, Farmanguinhos e Furp

Também devem ser encerrados contratos com oito laboratórios internacionais detentores de tecnologia, além de laboratórios particulares nacionais. Isso porque cada laboratório público, para desenvolver produto, conta com dois ou três parceiros. Depois, esses laboratórios públicos têm o compromisso de transferir a tecnologia de produção do medicamento ao governo brasileiro. Essa lista inclui referências da indústria como a GlaxoSmithKline Brasil Ltda. (GSK) e a Libbs, além de Oxygen.

O presidente da Associação de Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil, que também é presidente da Bahiafarma, Ronaldo Ferreira Dias, disse que “não vê outra alternativa” a não ser essa para interromper o que considera “completo disparate jurídico”.

O Ministério da Saúde informou que foi encaminhado aos laboratórios ofício que solicita “manifestação formal sobre a situação de cada parceria”. O órgão federal diz que “o chamado ‘ato de suspensão” é por período transitório”

(do Estadão Conteúdo)




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