Política Titulo Eleições
PT discute retirar Marinho para indicar vice de França

Miriam e Mercadante são cogitados como contrapartida em S.Paulo a apoio do PSB a Lula

Raphael Rocha
15/07/2018 | 07:00
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 A movimentação do PSB nacional em apoio à pré-candidatura ao Palácio do Planalto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) impactou diretamente no projeto do ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho, pré-candidato do PT ao governo do Estado. E o PT, internamente, gostou da ideia de contar com o PSB no arco de aliados de Lula, tanto que discute indicar nomes para vice do governador Márcio França (PSB), pré-candidato à reeleição, e retirar Marinho da corrida estadual.

Na semana passada, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) – onde a sigla socialista é poderosa –, se antecipou e anunciou que apoiará Lula. O petista segue preso no caso do triplex e deve ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Apesar disso, o petismo rechaça planos alternativos à candidatura de Lula. A informação foi trazida pelo jornal O Estado de S.Paulo.

O Diário apurou que dois quadros do petismo foram cogitados nas discussões preliminares com o núcleo duro da campanha de Márcio França: a ex-ministra Miriam Belchior (PT), que tem trajetória política em Santo André, e o ex-senador Aloizio Mercadante, que foi candidato do PT ao governo paulista em duas oportunidades e foi ministro da Educação.

O nome de Miriam teve melhor aceitação porque ela, além de nunca ter disputado uma eleição, sempre teve sua atuação atrelada a questões técnicas. Ela era responsável, por exemplo, pela condução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) nos governos de Lula e Dilma Rousseff (PT). Ou seja, além de possuir histórico a questões administrativas, atenua a imagem do PT, algo que Mercadante teria mais dificuldade por já ter concorrido a cargos públicos.

Outro fator foi colocado à mesa de negociações: a candidatura do vereador paulistano Eduardo Suplicy (PT) ao Senado. O retorno de Suplicy à Casa é considerado certo – institutos de pesquisas mostram larga vantagem do petista na corrida eleitoral – e sua imagem tem transcendido filiados ao PT. Ou seja, se atrelar a Suplicy poderia impulsionar Márcio França entre petistas e simpatizantes do senador.

Mas a discussão travou em outros pontos. Um deles foi a resistência de França em ter o PT em sua chapa. O principal adversário do governador paulista aparenta ser o ex-prefeito paulistano João Doria (PSDB), que se elegeu à prefeitura da Capital com discurso de radicalismo ao PT e já avisou que vai repetir o modelo para chegar ao Palácio dos Bandeirantes.

Causa embaraço a dirigentes do PT achar desfecho honroso para Marinho. Embora nunca tenha sido unanimidade no petismo, o ex-prefeito de São Bernardo se submeteu a todos os procedimentos que o partido lhe impôs para concorrer à gestão do Estado. Uma saída poderia ser oferecer o comando geral da campanha presidencial de Lula, mas o posto foi ocupado por José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras.

Filho de Márcio França e na linha de frente da campanha do pai, o deputado estadual Caio França rechaçou possibilidade de aliança. “Não há nenhuma hipótese de o PT nos apoiar em São Paulo.”




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