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Setor de cosméticos cresce na crise
Por Vivian Costa
Do Diário do Grande ABC
09/03/2009 | 07:00
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Edmilson Magalhães/DGABC


Ao contrário de outros segmentos econômicos, o setor de cosméticos sediado em Diadema anda na contramão da crise, e cresce. Apenas a Davene, instalada na região, demitiu. Mesmo assim, especialistas garantem que a empresa é uma exceção e que as demissões não estão relacionadas à turbulência econômica atual.

A justificativa para a paz no faturamento das empresas do chamado Polo de Cosméticos de Diadema é que seu crescimento está ancorado no mercado interno, na participação crescente da mulher no mercado de trabalho - e seu consequente aumento de poder aquisitivo -, no avanço tecnológico, no lançamento de novos produtos e também na melhora da expectativa de vida.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Diadema, Luis Paulo Bresciani, afirma que, nos últimos 12 anos, o faturamento do setor cresceu 10,9%. "O crescimento aconteceu porque houve um aumento na renda das famílias, o que levou a um consumo maior".

Mesmo assim, nesse período de turbulência da economia, a prefeitura, segundo Bresciani, tenta fortalecer as empresas. Para isso, acrescenta o secretário, será preciso acertar um diálogo entre as empresas do Polo, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), os sindicatos dos trabalhadores do setor e a Abihbec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos). "Assim, poderemos inserir Diadema em um projeto de qualificação empresarial e nos capacitar para ganhar mais espaço".

O presidente do Polo de Cosméticos, René Lopes Pedro, também concorda com a necessidade de qualificação como pré-requisito para crescer. "Só quem se qualifica, pode se manter no mercado."

O crescimento do portifólio de produtos é outra condição para o aprimoramento comercial das empresas. "Algumas devem crescer mais do que outras, por uma questão de portifólio de produtos", explicou o presidente do Polo. "Há muitas empresas que fabricam apenas produtos que fazem parte da cesta básica", disse.

O dirigente também comenta que o que atrapalha o crescimento do setor na região é a falta de capital de giro e dificuldade de acesso ao crédito, já que a maioria das empresas são pequenas. "O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) só dá chance para grandes projetos", lamentou.

Paulo Lage, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, explicou que um fator que favorece o crescimento das empresas do Polo é a logística que a cidade proporciona. "Estamos perto da Imigrantes e da Anchieta, que dá acesso ao porto de Santos".

Uma pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e a Prefeitura de Diadema, no ano passado, apontou a cidade como um dos municípios do Grande ABC que ainda dispõem de espaço para que as indústrias do setor possam se expandir. A afirmação é de Thomaz Ferreira Jensen, assessor técnico da subseção do Dieese no Sindicato dos Químicos.

Diadema - A cidade tem 27 indústrias e emprega 1.446 trabalhadores. No Estado o município só perde para a Capital paulista, que conta com 203 empresas e emprega 7.785 mil trabalhadores. Diadema fica em quarto lugar no País, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.




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