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Enade reprova 38% dos cursos na região

Das 122 graduações avaliadas no exame em 2015, 46 obtiveram índices 1 e 2, considerados insatisfatórios; apenas seis carreiras tiveram nota máxima

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
11/03/2017 | 07:00
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Divulgação


Quase 38% das graduações ofertadas por instituições de Ensino Superior do Grande ABC avaliadas pelo Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) em 2015 apresentaram desempenho insatisfatório. Dos 122 cursos examinados pelo MEC (Ministério da Educação), 46 obtiveram notas 1 e 2 em escala que vai de 1 a 5, sendo considerados adequados índices a partir de 3. Em contrapartida, apenas seis carreiras alcançaram pontuação máxima.

Entre os cursos considerados deficientes, de acordo com o resultado da avaliação, seis obtiveram nota 1. São eles: Tecnologia em Design de Interiores e Publicidade e Propaganda, do Centro Universitário Anhanguera, em Santo André; Tecnologia em Design de Moda, até então da Fefisa (Faculdades Integradas de Santo André) e transferido para a USCS (Universidade Municipal de São Caetano) a partir do fechamento da faculdade, no ano passado; Direito e Tecnologia em Gestão Financeira, sob responsabilidade da Unian (Universidade Anhanguera) em São Bernardo; e a graduação em Direito da Faculdade Anhanguera de São Caetano.

Outras 40 carreiras também precisam melhorar, tendo em vista que obtiveram desempenho 2 no Enade. Neste caso, são 14 as instituições de Ensino Superior responsáveis pelo processo. O MEC promete rigor em relação aos cursos insatisfatórios. Além de não poder abrir novas vagas, eles também são impedidos de realizar novos contratos de programas como o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e o ProUni (Universidade para Todos).

O pró-reitor e diretor do Inpes (Instituto de Pesquisas) da USCS, Leandro Prearo, ressalta que a instituição se orgulha por não mudar a dinâmica de ensino do dia a dia, tampouco premiar alunos para estimular o bom desempenho no Enade, entretanto, reconhece a necessidade de avaliar itens das graduações que precisam ser melhorados. Já o grupo Anhanguera ABC destacou que, nos últimos dois anos, foram realizados investimentos com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino, entre eles aquisição de novos equipamentos para laboratórios, ampliação de acervo bibliográfico, reformas, adequações nos campi, além de atualizações no projeto pedagógico.

Em 2015, o Enade avaliou 26 áreas de ensino em todo País, o que corresponde a 8.121 cursos e 447 mil participantes. Foram examinados os bacharelados em Administração, Administração Pública, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Comunicação Social – Jornalismo e Publicidade e Propaganda –, Design, Direito, Psicologia, Relações Internacionais, Secretariado Executivo, Teologia e Turismo, além dos tecnológicos Comércio Exterior, Design de Interiores, Design de Moda, Design Gráfico, Gastronomia, Gestão Comercial, Gestão da Qualidade, Gestão de Recursos Humanos, Gestão Financeira, Gestão Pública, Logística, Marketing e Processos Gerenciais.

SATISFATÓRIOS

Foram seis as graduações ofertadas na região que obtiveram conceito 5 no Enade 2015. Neste caso, três cursos estão sob responsabilidade da UFABC (Universidade Federal do Grande ABC): Ciências Econômicas, Relações Internacionais e Administração Pública; dois pertencem à Esags (Escola Superior de Administração e Gestão) Strong: Administração e Ciências Econômicas e um é administrado pela Faculdade de Tecnologia Termomecanica: Tecnologia em Processos Gerenciais.

Federais seguem as únicas a alcançar conceito máximo no Grande ABC

Como de costume, UFABC (Universidade Federal do ABC) e Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que tem unidade em Diadema, foram as duas únicas instituições de ensino instaladas na região a obter nota máxima no IGC (Índice Geral de Cursos) em 2015.

O conceito vai de 1 a 5, sendo as notas 1 e 2 consideradas insatisfatórias. O índice leva em conta a média das notas dos cursos de graduação e pós-graduação de instituições de ensino em três anos de análise. O desempenho dos estudantes no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e as notas da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) também compõem a média, divulgada desde 2007.

Quatro instituições de Ensino do Grande ABC alcançaram nota 4. São elas: FEI (Fundação Educacional Inaciana), FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Esags Strong (Escola Superior de Administração e Gestão) e Faculdade de Tecnologia Termomecânica.

Na outra ponta do ranking, três faculdades obtiveram índice 2, insatisfatório: Fefisa (Faculdades Integradas de Santo André) – fechada no ano passado –, Faculdade de Tecnologia Jardim e Faculdade Anhanguera de Tecnologia de São Bernardo.

UFABC está entre dez melhores públicas

Onze anos após sua fundação, em 26 de julho de 2005, a UFABC (Universidade Federal do ABC) ostenta restrito lugar entre as dez instituições de Ensino Superior públicas do País a alcançar nota máxima no IGC (Índice Geral de Cursos) do MEC (Ministério da Educação). O conceito 5, que indica alto desempenho dos estudantes, infraestrutura e formação dos professores adequadas, além de pós-graduação com bons resultados, é alcançado pela federal da região desde a edição de 2011 do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes).

Na visão do reitor Klaus Capelle, a nota do Enade reforça que o projeto de ensino interdisciplinar da UFABC foi escolha acertada. “Quando tínhamos apenas seis anos de existência despontamos pela primeira vez na lista do MEC das melhores instituições públicas, e desde então nos mantivemos com nota máxima ano após ano”, comemora.

Com dois campi na região – um em Santo André e outro em São Bernardo –, a UFABC concentra hoje 12.626 alunos em seus dois bacharelados: Ciência e Tecnologia e Bacharelado em Ciências e Humanidades. “Fazer parte do seleto grupo de universidades que obtiveram nota máxima mostra que o projeto educacional que vem sendo construído em nossa região está se tornando referência nacional. Estar em sexto lugar na comparação nacional e em quinto entre as universidades federais reflete nosso compromisso com a excelência na Educação, e é resultado do trabalho sério e comprometido de toda comunidade universitária”, considera Capelle.

No ano passado, a UFABC se destacou ao aparecer, pela primeira vez, no levantamento elaborado pela THE (Times Higher Education) – tradicional entidade dos Estados Unidos que avalia o Ensino Superior do mundo, em terceiro lugar entre 980 universidades de 79 países analisadas.

Todas as dez instituições de Ensino Superior públicas com nota máxima no IGC em 2015 são federais: UFABC, Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), UFV (Universidade Federal de Viçosa) e Ufla (Universidade Federal de Lavras) e UnB (Universidade Brasília).




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