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Baeta Neves leva arte para a avenida
Angela Martins
Do Diário do Grande ABC
31/01/2012 | 07:00
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Fernando Nonato/DGABC


Com um enredo exaltando as mais variadas formas de arte, a Estação Primeira de Baeta Neves quer levantar o público na avenida do samba, a Aldino Pinotti. A ideia é representar desde pinturas, cinema, arte sacra e até mesmo a culinária. Sem esquecer de celebrar o Carnaval, que virá em destaque no abre-alas.

"Este é um tema que nunca abordamos e achamos extremamente interessante. Além das manifestações artísticas mais elementares, também celebraremos o lado sombrio, como o desenvolvido pelo Zé do Caixão", lembra o presidente da escola, Robson Menini, 38 anos.

Quase pronto

A maior parte das fantasias já está em fase final de acabamento. Agora, a corrida é para terminar os carros alegóricos a tempo do desfile. "No ano passado aprendemos como o pessoal que faz a festa de Parintins (o maior festival folclórico da Amazônia, em homenagem ao Boi-Bumbá) de que a melhor forma de confeccionar um carro é montar as alegorias no próprio chassi. Antes montávamos e pintávamos tudo, para depois colocar no carro. Era bem mais difícil e trabalhoso. Agora, ficou mais fácil", revela Menini.

A agremiação terá três carros alegóricos, nove alas e 350 componentes. Um dos mais graves problemas enfrentados pela diretoria da escola é quanto à subvenção municipal, que só foi liberada pela Prefeitura de São Bernardo faltando menos de dois meses para o Carnaval.

"Como a verba saiu em cima da hora não foi possível planejar direito. Temos de comprar tecidos mais baratos e muitas vezes não encontramos. A saída é reciclar o que já usamos nos anos anteriores e trocar peças de alegorias com outras escolas, tanto de São Bernardo como de outras cidades", explica Menini.

Para o presidente, falta incentivo para preparar desfile mais profissional. "As empresas privadas não se interessam em ajudar. Eu mesmo mandei vários e-mails durante o ano para conseguir patrocínio e nunca consegui nada. Fazemos com o que temos e da melhor maneira possível", conclui.

Presidência passa de pai para filho

A presidência da Estação Primeira de Baeta Neves virou praticamente um ‘negócio de família', quando o porteiro Adaílton Menini, 65, assumiu a cadeira após os então presidente e vice desistirem do cargo. "Como o presidente do conselho também não quis assumir, foi feita eleição e fiquei por dois anos, até que meu filho foi eleito em 2006 e permanece até hoje", revela.

Desde 2006 como o comandante da agremiação, Robson acha que agora é a hora de passar a responsabilidade para outra pessoa. "Acredito na democracia, Precisamos de gente nova, como outras ideias. Vou continuar ajudando, mas longe da presidência", argumenta.

Na opinião de pai e filho, ocupar o cargo máximo em uma escola de samba é algo trabalhoso e que exige muito tempo e disposição.

Mesmo longe das principais decisões, a família Menini garante que não abandonará o Carnaval e a escola do coração. "É gratificante ver o desfile. São 48 minutos que passam muito rápido, mas que nos emocionam muito", diz Robson.

Adaílton, que entrou na Estação Primeira levado pelo filho, também não vê a hora de colocar o pé na avenida do samba e desfilar pela agremiação. "É um momento muito bom", define.




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