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Argentina deseja barrar veículos feitos no Brasil
05/08/2004 | 01:27
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O governo do presidente Néstor Kirchner transmitiu oficialmente ao governo brasileiro sua "preocupação" pela entrada crescente de automóveis Made in Brazil no mercado argentino. O anúncio foi feito pelo sub-secretário da Indústria, Raul Dejean, que também explicou que, simultaneamente, o governo preocupa-se pela queda drástica da participação no mercado brasileiro de veículos argentinos. Segundo ele, é preciso uma solução imediata para o que denomina de "assimetrias" entre os dois países no setor automotivo.

O assunto promete vir à tona na segunda-feira, quando o chanceler Celso Amorim estará na capital argentina para um série de reuniões com a intenção de reduzir a tensão comercial recentemente surgida entre Brasília e Buenos Aires.

O sinal de alerta ocorreu quando os veículos brasileiros superaram a marca de 60% do mercado argentino, chegando a 64%. Por esse motivo, o governo pretende reduzir a importação de veículos produzidos no Brasil.

Enquanto isso, segundo o Centro de Estudos Bonaerenses, a participação argentina no mercado brasileiro seria de apenas 2,4%. Isso significa um grande retrocesso, já que, em 1998, tinha 14,5% das vendas automotivas no Brasil.

O sub-secretário da Indústria afirmou que a preocupação argentina é causada pelas "assimetrias que favorecem a colocação de carros brasileiros nesse país e que dificultam a entrada de carros argentinos no Brasil".

Dejean sustenta que a Argentina "precisa de novos investimentos e de uma integração genuína. O Brasil tem de entender que integração não significa que nós, argentinos, não possamos ter uma indústria automotiva própria".

Revisão - A Política Automotiva Comum do Mercosul estabelece que, em 2006, o intercâmbio bilateral de automóveis estará livre de tarifas e cotas. Mas o governo argentino pretende "revisar" o acordo.

Nessa revisão, Kirchner, pressionado pelas montadoras e as pelas fábricas de autopeças, pretende obter do Brasil o compromisso de dividir igualmente a chegada de novas montadoras na região.

Segundo Dejean, "com essa tendência, não chegamos a 2006 sem assimetrias. Se nada for feito, o tempo correrá a favor do Brasil. Por isso, as negociações têm de ser feitas no nível político, para que, dessa forma, não demore no nível técnico".




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