Economia Titulo Indústria
Ferramentaria amarga falta de crédito
Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
30/11/2012 | 07:00
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O proprietário da AMD, pequena indústria de ferramentaria de São Bernardo, Álvaro Dias Damásio, atingiu a meta da empresa neste ano. Ele já ultrapassou a margem dos R$ 5 milhões de faturamento. Mas agora, com o apoio do APL Ferramentaria do Grande ABC (Arranjo Produtivo Local das empresas do segmento de ferramentas e moldes), ele já pensa em seu novo desafio, que por incrível que pareça é dar conta da demanda do ano que vem.

Para isso, ele, como a maioria dos cerca de 600 industriais de ferramentaria da região, tenta aumentar o seu limite de financiamento com os bancos públicos para investir. "No papel, como eu sou pequeno, consigo até R$ 1 milhão. Mas na prática, as instituições me liberam, no máximo, R$ 250 mil", revela Damásio.

O problema é que para o empresário comprar uma máquina necessária para aumentar sua produção e atender à demanda das montadoras seriam necessários cerca de R$ 2 milhões. "Isso falando em importação de máquinas. Se eu encomendar de uma empresa nacional, ficaria muito mais caro por causa da carga tributária que vem embutida no equipamento", avalia, destacando que não tem dinheiro em caixa o suficiente para investimento neste patamar.

O APL, lançado oficialmente nesta semana, tem entre seus objetivos conseguir maneiras de aumentar o limite de crédito a empresários como Damásio. E com a colaboração das administrações públicas de São Bernardo e Diadema tenta encurtar este caminho.

Prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho se mostrou animado em contribuir com a indústria de ferramentaria nacional, tendo em vista que o Grande ABC é um dos três polos brasileiros do segmento, junto às empresas de Caxias do Sul (RS) e Joinville (SC), grupo com faturamento médio anual de R$ 450 milhões.

"Uma ideia é conversar com o ministro do Desenvolvimento, o (Fernando) Pimentel, sobre a possibilidade de criar uma lei para melhorar as condições ao setor de ferramentaria", diz Marinho, enfatizando que o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) não tem condições para ampliar os empréstimos às pequenas indústrias.

"Talvez uma medida provisória iria resolver (sugerida por Pimentel à Presidência)", completa Marinho. Neste caso, a medida entraria em vigor por sanção da presidente Dilma Roussef e depois seguiria para o Congresso.

Para manter a saúde financeira, as instituições avaliam o potencial que as empresas têm para honrar suas dívidas de financiamentos. Mas na maioria das vezes, as companhias menores entram em grupo que é visto como de alto risco pelos bancos, tirando elas da rota dos grandes empréstimos.

O gerente executivo do APL, Carlos Manuel Carvalho, prevê que o acesso às maiores quantias de crédito será resolvida em até um ano, prazo estimado para atender à nova demanda das montadoras. Marinho entende como meta o período de 12 meses.

 

 




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