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A religião e o respeito

Na Basílica de Aparecida, na grande festa católica da Padroeira do Brasil, o governador paulista José Serra, candidato tucano

Por Carlos Brickmann
14/10/2009 | 00:00
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Na Basílica de Aparecida, na grande festa católica da Padroeira do Brasil, o governador paulista José Serra, candidato tucano à Presidência da República, faz um discurso sobre como devem ser os governantes ideais. Em Belém do Pará, na grande procissão católica do Círio de Nazaré, a ministra Dilma Rousseff, candidata petista à Presidência da República, acenava aos eleitores - quer dizer, aos fiéis - e proclamava sua fé. De certa forma lembrando Cristo, postava-se entre a governadora Ana Júlia e o ex-governador Jader Barbalho.
Dilma vive fase de fé. Esteve também, pela primeira vez nas últimas seis décadas, na lavagem das escadas da Igreja do Bonfim, em Salvador. O senador Antônio Carlos Magalhães, que também nunca foi religioso, costumava participar do evento. Mas ninguém o acusará de jamais ter sido sincero em excesso.
A democracia não é santa, mas faz milagres. Até agora, ninguém suspeitava de tamanho fervor religioso dos dois principais candidatos. Dos nomes apontados para a Presidência, só a senadora Marina Silva, evangélica, é conhecida como religiosa sincera, militante e praticante. E não usa a religião para conquistar eleitores. Questão de respeito ao eleitor, questão de respeito à religião, que é coisa séria e não deve ser usada como enxada para cavar votos.
E que, como arma eleitoral, nem sempre funciona. O governador Adhemar de Barros dizia que seu candidato à Prefeitura paulistana, Auro Moura Andrade, ganharia "porque Deus quer". O vitorioso foi o brigadeiro Faria Lima.

VISTORIA, ENFIM
Democracia faz milagre, também, em questões de trabalho. A bilionária obra de transposição do rio São Francisco, anunciada há anos com todas as pompas possíveis como a redenção do Nordeste, enfim recebeu a visita do presidente, da candidata, de políticos, de ministros, de jornalistas. Sejamos justos: não fossem as eleições, ninguém ficaria sabendo como é que estão andando os serviços.

NEGÓCIO DA CHINA
A Chery, uma das maiores indústrias automobilísticas chinesas, decidiu produzir seus carros no Uruguai para vendê-los ao Brasil e demais países do Mercosul. Negocia sociedade com a Socma, Sociedad Macri, um dos maiores grupos empresariais argentinos. Um dos sócios do grupo, Mauricio Macri, é prefeito de Buenos Aires e líder da oposição à presidente Cristina Kirchner.

AS PALAVRAS...
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, negou no Congresso que seu ministério destine recursos ao MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, responsável pela recente invasão e atos de vandalismo numa fazenda produtora de laranjas. Só que o Incra, ligado ao ministério, destinou em 2008 mais de 60% dos recursos repassados em São Paulo à ONG Fepag, ligada ao MST.

...E A FOTO
No domingo, esta coluna cometeu um engano: informou que o carro oficial utilizado em Belém pelo líder do MST, João Pedro Stedile, tinha sido fornecido pelo governo estadual do Pará. Na verdade, é do governo federal (veja a foto): http://www.presskit.com.br/remoto_template_processa.php?cliente=157&canal=1830&news=75055&k=55baa233d1f4679d4b429fa0b158bfb4&url=http%3A%2F%2Fwww.brickmann.com.br%2Fler_release.php. É dinheiro oficial ou não?

DE ACORDO COM OS PLANOS
A Câmara Federal decidiu formar uma comissão com o objetivo de acompanhar a organização, as obras e os investimentos referentes aos Jogos Olímpicos do Rio, que se realizarão em 2016. Nada mais esperado: em relação às Olimpíadas e à Copa do Mundo de 2014, tudo será acompanhado por uma comissão.

BOA NOTÍCIA
A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado deve votar hoje quatro projetos que tratam de indenização a clientes de empresas aéreas em caso de atrasos, cancelamentos de voos, recusa de embarque e danos a bagagens. Está mais do que na hora de disciplinar o assunto.




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