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PSD de Gilberto Kassab
ainda gera desconfiança
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
05/06/2011 | 07:08
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Uma legenda para abrigar políticos descontentes em seus partidos atuais, sem perder mandatos (regra da infidelidade partidária). Além desse benefício, já chegam em uma nova sigla com status de estrela, de comandante. Seria ótima estratégia não fosse o atraso na formalização da agremiação, que ainda não foi concedida pelo Tribunal Superior Eleitoral, e o curto espaço de tempo para que isso ocorra.

O PSD (Partido Social Democrático), idealizado pelo prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (sem legenda), tem até setembro para ser oficializado e ganhar corpo para a disputa das eleições 2012 e, mais estruturado, se consagrar no pleito de 2014. Enquanto isso não acontece, o partido vive desconfiança dos atores políticos, três meses após o anúncio de sua criação.

"É insosso (não tem graça). Não vem nem para bater nem para assoprar", define o presidente do PT de São Caetano, vereador Edgar Nóbrega.

"O PSD hoje é uma mentira, não tem condições", avalia o parlamentar de São Bernardo Vandir Mognon, que cogita deixar o PSB - mas não para a sigla de Kassab - caso os socialistas não reestruturem o partido para dar condições de reeleição à bancada que possui cinco vagas.

Para conseguir o registro no TSE, o novo partido de Kassab precisa de pelo menos 500 mil assinaturas de eleitores. O objetivo é registrar o partido junto à Justiça Eleitoral até julho, quando se pretende eleger a executiva nacional.

A expectativa é que sejam filiados, de início, cerca de 30 deputados federais, o que deixaria o PSD com bancada maior do que a de legendas de médio porte, como PDT e PPS na Câmara Federal. Já inclinaram para também ingressar na legenda um governador (Omar Aziz, do Amazonas), cinco vice-governadores, dois senadores (Kátia Abreu, do Tocantins, e Sérgio Petecão, do Acre), dezenas de prefeitos e deputados estaduais. Mas tudo ainda não passou de movimentação de bastidores.

"Juridicamente não há qualquer empecilho. As assinaturas estão sendo coletadas e serão enviadas à Justiça Eleitoral. A burocracia fica por conta dos cartórios de reconhecimento de firma, que segundo a lei, têm 15 dias para averiguar as assinaturas. Mas se esse prazo expirar, o que faremos?", argumenta o advogado Alberto Rollo, que cuida da criação do PSD. "Não sei o porquê da desconfiança", completa.

LANÇAMENTO

Gilberto Kassab lançou oficialmente o PSD em março. O chefe do Executivo paulistano afirmou, na ocasião, que a legenda surgia para suprir lacuna na política nacional e seria independente.

O posicionamento confuso externado por Kassab também faz com que as dúvidas pairem sobre a efetividade do Partido Social Democrático. O idealizador disse que sua saída do DEM não significava que deixaria a oposição ao PT mas, ao mesmo tempo, estaria ao lado do governo federal, comandado pela petista Dilma Rousseff. E negou romper com os tucanos, com os quais tem parceria quase que inexorável.




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