A produção industrial paulista se mantém em trajetória de crescimento. Depois de aumentar 2,7% em junho, as indústrias do Estado apresentaram expansão de 0,3% frente ao mês anterior, segundo a mais recente pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada ontem.

A variação foi menor do que a média nacional (1% de crescimento), mas analistas do instituto observam que São Paulo vem de uma trajetória ascendente muito forte, o que faz a base de comparação (ou seja, o mês anterior) ficar muito elevada. "Isso não significa algum tipo de inflexão", avalia André Macedo, economista da coordenação de Indústria do IBGE.

Para Macedo, outros comparativos confirmam que não há desaceleraçaõ. Em relação a julho de 2007, a taxa de expansão no Estado foi de 10,9% e, nos primeiros sete meses deste ano, o indicador subiu 10% em relação ao mesmo período de 2007.

Dentre os segmentos que mais colaboram para alta da indústria paulista estão a produção de veículos automotores (crescimento de 19,1% no mês em relação a 12 meses antes), a fabricação de material eletrônico e aparelhos de comunicações (24%) e de máquinas e equipamentos (11,5%).

No setor de maquinário, a DM Robótica, de Diadema, por exemplo, projeta crescer de 20% a 30% neste ano. "O primeiro semestre não foi muito superior aos outros, mas recentemente tivemos quatro meses de produção vendida", afirmou o diretor comercial, José Luiz Galvão.

A empresa fabrica robôs para linhas de injeção de peças plásticas de indústrias de autopeças, de eletrodomésticos e móveis.

PREOCUPAÇÃO - A indústria nacional vem em expansão e já atinge alto nível de capacidade produtiva (83,5%), o que traz preocupação. "Precisamos elevar o nível de investimentos para gerar mais capacidade", disse o diretor do departamento de Economia da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Roberto Giannini.