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Perigo: estou
de mau humor!

A rabugice é natural na adolescência, mas é preciso ficar
atento: se a cara amarrada for constante pode ser doença

Por Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
11/11/2012 | 07:00
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A estudante Michelle Oliveira, 15 anos, de São Bernardo, é mal-humorada assumida. "Tem vezes que já acordo assim." Em geral, o que a irrita é ter de acordar cedo, muita coisa para fazer e a bagunça das irmãs mais novas. Na verdade, a rabugice é natural na adolescência. "É a etapa do desenvolvimento do cérebro em que ocorrem mudanças hormonais importantes, gerando instabilidade do humor. O jovem fica facilmente irritável e contestador", explica Ricardo Moreno, psiquiatra e professor do departamento de pesquisa da Faculdade de Medicina da USP.

O que também deixa a galera ranzinza são as responsabilidades que surgem nessa fase. "Começa a autonomia, diminuição do tempo de sono, além da preocupação com as relações sociais, como ser aceito no grupo ou não", afirma Helio Deliberador, professor do departamento de psicologia social da PUC-SP. Michelle passou por isso e confessa que o mau humor chegou junto do primeiro emprego. "Era muita coisa para fazer. Eu dormia pouco e ficava estressada."

É importante ficar atento ao nível da irritação. O mau humor é uma reação a algo que o deixa nervoso, portanto, sempre há um motivo (como a TPM, por exemplo). A sensação não deve durar nem prejudicar os relacionamentos com amigos e familiares e a realização de tarefas.

Se a implicância for constante tem de ir ao médico, pois pode ser distimia, uma forma de depressão. Quem tem o distúrbio não consegue aproveitar as coisas boas da vida e fica insatisfeito com tudo. Acredita-se que 180 milhões de pessoas no mundo têm o transtorno, que é considerado patológico quando os sintomas persistem por, no mínimo, dois anos.

A doença tem de ser encarada como séria, já que o portador corre risco 30% maior de desenvolver quadros depressivos graves, mas tem cura. "O tratamento é feito com medicamentos antidepressivos, para resolver o que há de errado no organismo, e psicoterapia, para ajudar a reconstruir o comportamento e a forma de pensar", afirma o psiquiatra.




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