O Grande ABC registrou alta na criminalidade no primeiro semestre de 2013 em comparação com o mesmo período do ano passado. Proporcionalmente, a região apresentou elevação maior do que a variação apresentada em todo o Estado de janeiro a junho.

De acordo com os dados da SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), nas sete cidades, foram registrados 137 casos de homicídios dolosos – quanto há intenção de matar –, 19,1% a mais do que nos seis primeiros meses de 2012. Já no Estado, o crescimento foi de 2,3%, passando de 2.185 para 2.236 ocorrências. O número total de roubos e furtos no Grande ABC teve variação positiva de 8,7%, enquanto o Estado apresentou oscilação de 2,5%.

Roubos e furtos de veículos apresentaram elevação de 12,6% no Grande ABC, enquanto o Estado teve alta de 4,2%. Apesar do aumento, a SSP comemora o fato de os índices estaduais de homicídio caírem pelo terceiro mês consecutivo.

Na região, apenas São Bernardo e São Caetano tiveram menos casos de assassinatos no semestre em relação ao mesmo período do ano anterior. Em São Caetano, nenhuma pessoa foi morta intencionalmente entre janeiro e junho.

Já nos casos de roubo e furto, Santo André foi a única cidade da região a apresentar variação negativa, de 3,8%. Apenas Ribeirão Pires teve diminuição no número de roubo e furto de veículos: 3%.

Na comparação de junho com maio, o Grande ABC também mostra situação alarmante. Houve acréscimo de 38,9% nos homicídios, que saltaram de 18 para 25 episódios. Com oito ocorrências, Diadema foi o município com mais mortes intencionais no mês passado.

Roubos e furtos de veículos tiveram aumento de 13,7% de maio para junho, passando de 1.847 para 2.100 registros. No total de roubos e furtos, a região apresentou ligeira redução, de 2,4%. Foram 3.885 eventos em maio, ante 3.790 no mês seguinte.

REPERCUSSÃO

O delegado seccional de Santo André – que também é responsável por Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra –, Ângelo Ísola, atribui o aumento no número de mortes com o crescimento no total de ocorrências envolvendo policiais. “Nesses casos, a polícia mata o ladrão ou vice-versa. Sem contar que também há muitos casos de brigas familiares.”

Ísola atribuiu a elevação nos roubos e furtos de veículos às manifestações de junho. “A Polícia Militar deslocou o patrulhamento, incluindo a Força Tática, para os locais dos protestos. Outras áreas, então, acabaram ficando desprotegidas.” Já em relação aos roubos e furtos em geral, o delegado avalia que o aumento se deve à facilidade para registrar as ocorrências. “Existe o boletim eletrônico. Antigamente, muita gente não ia à delegacia por conta da dificuldade”, avalia.

Os delegados seccionais de Diadema, Godofredo Bittencourt, e de São Bernardo, Waldomiro Bueno Filho, que está de férias, não foram encontrados para comentar as estatísticas.

Já o coronel Mauro Cezar dos Santos Ricciarelli, comandante da Polícia Militar no Grande ABC, afirmou ter recebido ordens da SSP para não comentar os números. Segundo ele, a corporação só poderia se posicionar a respeito dos índices criminais a partir de hoje.