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Salles admite possibilidade de migrar à MD

Pedetista nega, porém, que mudança impacte em sua relação com prefeito de Santo André

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
01/06/2013 | 06:52
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 Em evento ao lado do prefeito Carlos Grana (PT), o secretário de Cultura de Santo André, Raimundo Salles (PDT) admitiu a possibilidade de filiação na MD (Mobilização Democrática), partido em vias de criação junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), fruto da fusão entre PPS e PMN.

O pedetista recebeu convite do deputado estadual Alex Manente (PPS) e, segundo fontes próximas às duas lideranças, já está tudo acertado, faltando tão somente a homologação da legenda em Brasília.

Segundo Salles, a provável saída das fileiras pedetistas em nada alteraria sua relação com o chefe do Executivo petista nem geraria impacto no Paço. “Se a minha relação com o Grana for mudar (pela migração de partido), não saio (do PDT). Muito pelo contrário. Se houvesse essa chance de interferir (na ligação), permaneceria (na mesma sigla).”

O acordo entre Grana e Salles foi sacramentado no segundo turno da eleição do ano passado, quando o pedetista decidiu apoiar o projeto petista após ficar na terceira colocação no primeiro turno da corrida pelo Paço andreense.

Com a vitória eleitoral de Grana, Salles foi chamado para integrar o primeiro escalão. A cota de Salles é pessoal, não de partido. Exaltando a atuação do pedetista no governo, o prefeito seguiu a mesma linha de discurso e rechaçou qualquer chance de essa migração do secretário influenciar em sua participação na gestão. “A questão de opção partidária não me diz respeito. Me posiciono em relação ao governo, no qual o Salles tem cumprido de forma bastante satisfatória esse papel.”

A nova legenda tende a nascer na oposição ao governo federal, comandado pelo PT, e na cola do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB). Apesar das parcerias conflituosas, Grana sustentou que o relacionamento com Salles é proveniente de aliança selada no pleito com o PDT, só que, após cinco meses juntos na administração, se criou relação que transpôs a política. “Extrapola. Hoje tem amizade e respeito. A tendência é manter e consolidar essa trajetória”, disse o petista.

Diante das conversas adiantadas com Alex, o pedetista já declarou que, independentemente da postura política da MD em outras esferas, a aproximação com o prefeito vai continuar sólida. “Grana jamais disse ‘não’ para mim até hoje. É claro que não vou pedir nada que seja ilegal e fure a barreira da ética, mas esse fato me dá tranquilidade para trabalhar e contribuir com o governo”, analisou. Logo que teve o convite de Alex, o secretário comunicou o petista para evitar desgaste.

A filiação teria como estratégia garantir o hoje pedetista na coordenação da campanha de Alex, que visa vaga de deputado federal em 2014. Embora não haja problemas internos entre Salles e PDT, o secretário tem afinado a ligação com Alex nos últimos meses. As participações do deputado em série de eventos promovidos pelo ex-prefeiturável têm aumentado. A filiação de Salles também serviria como fórmula de atrair outras lideranças políticas da cidade e fortalecer logo na fundação os quadros da legenda.




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