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Páscoa esquenta cursos artesanais
Márcia Pinna Raspanti
Do Diário do Grande ABC
26/02/2005 | 13:49
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A indústria de chocolate conta com a Páscoa para aquecer os negócios. A Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados) projeta crescimento de 6% nas vendas em relação ao ano passado. Além das fábricas, esse mercado é cobiçado pelos pequenos empreendedores. Os cursos que ensinam a fazer ovos e produtos à base de chocolate estão lotados. Débora Corazzari, culinarista de São Bernardo, diz que a procura por esse tipo de curso não pára de crescer, e neste ano 500 pessoas assistirão às suas aulas até a Páscoa. “Temos turmas o ano todo, mas nessa época a procura é cinco vezes maior”, conta Débora, que oferece os cursos em sua própria casa.

Os produtores caseiros, que investem na produção artesanal para engordar a renda familiar, trabalham, em sua maioria, na informalidade. “Não compensa abrir uma empresa por causa dos impostos. Com esses custos, os pequenos perdem competitividade”, confirma a culinarista Elza Maria dos Santos, de Santo André. A empreendedora andreense sobrevive da venda de trufas e ovos de chocolate há dez anos, e fornece produtos para aproximadamente 20 estabelecimentos.

No entanto, Silvana Pompemayer, gerente do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) Grande ABC 1, afirma que a formalização é uma condição fundamental para se consolidar, caso o empreendedor queira realmente se estabelecer no mercado. “A credibilidade é maior. O fato de trabalhar legalizado compensa os custos. Uma boa alternativa para quem está começando é recorrer ao Banco do Povo”, afirma.

Oscilações – A sazonalidade é um dos principais problemas que os pequenos fabricantes de chocolate enfrentam. “No decorrer do ano, principalmente nos meses mais quentes, as vendas caem e fica difícil se manter no mercado. Por isso, muita gente só produz nessa época”, diz João Abdala, consultor do Sebrae-SP.

Para manter a base de clientes, e fugir das oscilações sazonais, é preciso encontrar alternativas para sobreviver o ano todo. A diversificação de produtos é uma boa estratégia para manutenção dos negócios além da sazonalidade. “É preciso ter um diferencial. E também oferecer outros produtos que sejam vendáveis o ano todo”, recomenda Silvana.

Para vencer a concorrência acirrada em um mercado disputado por grandes empresas do ramo e uma infinidade de produtos artesanais para todos os gostos e bolsos é preciso investir na qualidade, afirma a gerente do Sebrae Grande ABC 1. “A qualidade é fundamental, os produtos com qualidade inferior não sobrevivem, pois não cativam o cliente.”




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