Os aposentados e pensionistas que ganham mais do que um salário mínimo terão reajuste de 3,3% a partir do dia 1º deste mês. O índice é apenas a correção da inflação medida no ano, segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

Segundo dados estatísticos, no Brasil 8,1 milhão de benefícios estão acima de um salário mínimo. Para as entidades de defesa dos aposentados e pensionistas, o reajuste não corrige as perdas do período para esta classe.

Segundo o presidente da Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Grande ABC e Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, Benedito Marcílio, com esse reajuste, as perdas desde 1995 – quando houve a desvinculação da correção com o salário mínimo – já chegam a 72%. “Ver um aumento desse é decepcionante e desrespeitoso com os aposentados e pensionistas”, afirma. “Entra e sai governo e continua o mesmo”, lamenta.

Para João Batista Inocentini, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, o INPC não é o índice correto para a correção das aposentadorias. “O que mais pesa para essa classe são medicamentos – que subiram 2,9% no último aumento – e plano de saúde. A nossa inflação é diferente, por isso o INPC não corrige corretamente, porque foge da realidade dos aposentados”, explica.

Segundo Inocentini, os aposentados e pensionistas foram “atropelados” pelo governo, pois as negociações para o quanto seria acrescido nos benefícios ainda não tinham sido concluídas e deveriam se encerrar hoje. “Se antes isso era criticado por quem está no governo, agora eles não fazem diferente”, comenta. No ano passado, o aumento foi de 5,01%, com 1,6% de ganho real.

Em contrapartida, os sindicatos realizam hoje um protesto em São Vicente, na Baixada Santista. “Vamos tentar reverter isso. Não temos como aceitar esse valor”, conta o sindicalista.