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Estação da Pirelli será desativada
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
01/06/2006 | 07:50
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A Parada Pirelli será desativada a partir de segunda-feira. A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) anunciou a medida quarta-feira e alegou que o motivo é evitar evasão de renda. Localizada entre as estações Santo André e Capuava, a Parada Pirelli não possui catracas. A utilização de suas plataformas deveria ser restrita a funcionários da empresa. Como não existe qualquer tipo de fiscalização no local, muitos se arriscam, caminham até 30 minutos sobre os trilhos para não pagar passagem.

A medida da CPTM ocorre dois meses depois de o Diário denunciar a irregularidade e os riscos que os passageiros corriam ao andar pelos trilhos e atravessá-los. A estação da Pirelli é completamente aberta. Na ocasião, a empresa informou que não havia possibilidade de construção de muros para evitar o acesso de passageiros que não eram funcionários da Pirelli.

A CPTM nega que tenha tomado a decisão após denúncia do Diário. A empresa informa que o estudo que resultou na desativação da estação data do início do ano e que a decisão teve fundamentação técnica. Uma auditoria feita pela CPTM constatou que, dos 220 passageiros que usam a plataforma todos os dias, apenas 27 são funcionários da Pirelli. Segundo o gerente de atendimento da companhia, Sérgio de Carvalho Júnior, a mudança aumenta a velocidade dos trens e reduz o número de pessoas que circulam nos trilhos.

Por dia, eram feitas oito paradas na Pirelli: às 5h, às 7h30, às 14h30 e às 17h30, ida e volta. Construídas na década de 70, as plataformas só se mantinham em operação graças a um acordo firmado nos anos 80 entre a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A) e a Pirelli. A CPTM ainda não informou oficialmente a empresa sobre a desativação da parada, mas garantiu que uma reunião deve ser agendada "nos próximos dias". Procurada pela reportagem, a Pirelli não se pronunciou sobre o assunto até as 19h de quarta-feira. Para a CPTM, a decisão da desativação é irrevogável.

Cidade Pirelli – O fim da parada de trens pode deixar ainda mais distante o projeto de criação da Cidade Pirelli. Anunciado em 97 pelo então prefeito Celso Daniel, o projeto previa a transformação da área no entorno da empresa em um centro de compras e entretenimento. Blocos comerciais, centro de convenções, cinemas. Até mesmo um hotel quatro estrelas e uma casa de espetáculos eram previstos. Em dez anos, a expectativa era de que os investimentos atingissem a casa de R$ 200 milhões. A menos de um ano do fim do prazo, a única empresa que criou um pólo tecnológico no local foi a de telefonia móvel TIM, no ano passado.

Em entrevista concedida ao Diário em janeiro, o prefeito de Santo André, João Avamileno classificou o investimento da empresa como o mais importante na cidade em 2005. Procurada pela reportagem, a administração municipal não quis comentar os projetos atuais para a Cidade Pirelli, que foi reativada com a instalação da TIM. Mesmo que o projeto decole, a CPTM não dá como certa a reativação da Parada Pirelli. "Teríamos de reestudar uma infra-estrutura para o atendimento da demanda que se criaria com o projeto", explicou o gerente de atendimento Sérgio de Carvalho. Na prática, a parada teria que se transformar numa estação.

Não se sabe qual seria o custo gerado pela mudança. A conta, no entanto, não deve ser paga pela CPTM, que, segundo Carvalho, se responsabilizaria apenas pela parte operacional das plataformas.




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