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Desafio sobre duas rodas

Facilidades de crédito e baixo custo de manutenção fizeram explodir o número de motos no Interior

Por Wilson Marini
26/07/2010 | 00:00
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Facilidades de crédito e baixo custo de manutenção fizeram explodir o número de motos no Interior. Em Araraquara, a frota saltou de 14.082 em 2002 para 30.367 em 2009, aumento de 115%, enquanto a população aumentou 8% no período. Em Piracicaba, as motos já representam quase 20% de toda a frota municipal de veículos. A tendência se repete na maioria das cidades. Mas nenhuma delas se preparou para esse fenômeno social. O traçado e sinalização das ruas foram feitos numa época em que reinavam absolutos os carros.

E o que poderia ser uma alternativa para o trânsito cada vez mais complicado, transforma-se agora num problemaço - o elevado índice de acidentes envolvendo motociclistas. Em Sorocaba, o Cruzeiro do Sul informa que entre 24 de junho e 16 de julho, sete pessoas morreram em acidentes de moto na cidade. Da mesma forma, em Franca 28 morreram neste ano, incluindo-se os ciclistas e pedestres atropelados. O jornal Comércio da Franca publicou dramática primeira página com os nomes e fotos das vítimas dessa tragédia urbana.

Bicicletas
A bicicleta não é poluente e de quebra ajuda o condutor a manter a forma saudável. Santos é um bom exemplo com as ciclovias que servem ao mesmo tempo trabalhadores do porto, turistas e moradores de todas as classes. Em Campinas, a prefeitura tenta incentivar há anos o uso da bicicleta como meio de locomoção e a sua integração com o transporte público. Usuários da Rodoviária e do Terminal Metropolitano, no centro da cidade, podem alugar uma bike e sair pela cidade. Mas isso é muito pouco para a realidade dessas e da maioria das outras cidades. Assim como a moto, a bicicleta também não tem vez no trânsito urbano cada vez mais complexo. É perigoso e difícil de estacionar.

Carona solidária
Compartilhar o uso de carros para reduzir engarrafamento e poluição nas cidades seria outra saída. A proposta foi apresentada nesta semana por especialista internacional, o professor da Universidade de Ciências Aplicadas de Stuttgart, Paul Rawiel, em palestra na Unesp de Presidente Prudente. Ele relatou projetos implantados em Ulm, na Alemanha, e numa cidade do Texas, nos Estados Unidos, em parcerias da instituição de ensino onde atua e a empresa Daimler, fabricante da Mercedes-Benz. "Estabelecemos convênios com a iniciativa privada para viabilizar projetos que proporcionem prática aos alunos e benefícios à população", afirmou. Pensando agora na nossa realidade, quem está disposto a abrir mão do conforto do carro individual? Que entidades e órgãos públicos estão interessados a incentivar a população a criar alternativas viáveis para o transporte urbano?

Carros
O índice é menor em relação às motos, mas também os carros aumentam presença nas ruas em proporções que superam o crescimento demográfico. Em 10 anos, a frota de veículos licenciados de Mogi das Cruzes cresceu de 86 mil para 170 mil unidades. Em Piracicaba, em oito anos a expansão da frota de carros foi de 55%. Em debate na Assembleia Legislativa sobre o planejamento de cidades, o arquiteto e urbanista Cândido Malta Campos disse que uma das soluções nas grandes cidades brasileiras será a implantação de pedágios urbanos para controlar o acesso ao centro e áreas especiais. Em São Paulo, o rodízio com finais de placas se mostra medida insuficiente para aliviar os problemas de trânsito.

Breves
O grupo mineiro Tenco, que constrói e administra shopping centers, aponta excesso na oferta de centros de compras nas capitais e passará a investir no Interior. Taubaté e Limeira estão no roteiro. Segundo a revista Exame, o grupo decidiu "comer pelas beiradas".

A exemplo de São Carlos, Araraquara caminha para se transformar em pólo de Tecnologia Industrial. Lideranças municipais apostam na tendência de atrair empresas que geram empregos qualificados no mercado global.

Estudantes do Senai de Franca criaram calçado que oferece conforto térmico aos pés, aquecendo ou resfriando conforme a temperatura.

Promotores de Santa Cruz do Rio Pardo querem limitar a venda de bebidas alcoólicas na cidade como forma de frear a criminalidade. A maioria das cidades já associou os excessos da bebida à violência. Falta colocar o ovo em pé com leis e fiscalização.




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