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‘Abandono de oficiais não faz diferença’
Por Leda Rosa
Do Diário do Grande ABC
03/04/2007 | 07:00
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Os 20 anos de trabalho em controle de vôos de Carlos Trifilio, presidente da Febracta (Federação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo) lhe dão direito a ser incisivo: “não faz diferença os oficiais se afastarem das salas de controle de vôo porque o tráfego aéreo sempre coube aos sargentos. Os oficiais sempre cuidaram da parte administrativa”, diz Trifilio.

Depois da greve vitoriosa de sexta-feira, quando conseguiram que o governo cedesse às suas reivindicações, os controladores estão trabalhando desde sábado sem chefia ou supervisão dos oficiais no trabalho de controle do tráfego aéreo.

A desmilitarização do setor, um dos itens colocados na mesa de negociações e aceito pelo governo, foi antecipada na prática. No sábado, a FAB (Força Aérea Brasileira), em nota oficial, admite a entrega do controle aéreo. Nos bastidores, os controladores chamam o movimento de retirada dos oficiais de abandono.

A Febracta reúne perto de 1,2 mil controladores, vinculados a associações e sindicatos de classe, civis e militares. “Estamos esperançosos com a negociação aberta pelo governo e nossa prioridade é ter um sistema funcional e um plano de carreira”, diz Trifilio, que negou qualquer intenção de nova greve durante o feriado da Páscoa.

Na questão da atualização dos equipamentos de controle, Triflilio diz que em vários locais do País há material que não atende mais às necessidade e precisa de reposição, como os radares.

Sobre o plano de carreira, a principal mudança será a possibilidade de chefiar as salas de controle, função restrita atualmente aos oficiais.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção do Vôo classificou como ‘infeliz’ a declaração do presidente Lula que considerou “grave e irresponsável” a greve dos controladores.

Segunda-feira, os passageiros ainda enfrentaram espera nos principais aeroportos do País. Em Cumbica, os atrasos de mais de uma hora chegaram a 11,3%. A situação mais grave foi registrada em Fortaleza, com 14,9% de atrasos, seguida por Recife (13,5%) e Belém (11,8%). Em Congonhas, havia 4,7% de atrasos.



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