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Parlamentares querem mais recurso para investigação em Unaí
Do Diário OnLine
Com Agências
02/02/2004 | 11:05
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Parlamentares da comissão externa criada pela Câmara dos Deputados para acompanhar as investigações dos assassinatos dos três fiscais e do motorista do Ministério do Trabalho, na última quarta-feira, deverão levar ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, pedido de mais recursos para a equipe que investiga o caso. A informação foi dada ao presidente da comissão, Luiz Eduardo Greenhalg (PT-SP), à Agência Brasil.

No fim de semana, a Polícia ouviu testemunhas que tiveram contato com os fiscais ou possam ter visto algo que ajude na reconstituição do crime. Uma das testemunhas é a subdelegada regional do Trabalho, Dália Ulhôa. Ela trabalhava há alguns anos com o fiscal Nelson José da Silva e passou várias vezes no Fórum do Trabalho, local onde estão sendo concentradas as investigações em Unaí, para conversar com os policiais e levar documentos.

Além disso, a equipe técnica enviou a Brasília material para perícia, como uma bala de calibre 380 encontrada no local do crime. Neste domingo, foi enviado material que estava com os auditores, como um garrafão térmico e computadores. A polícia quer ouvir também a viúva do fiscal Nelson, considerado rígido em suas autuações, e que já havia sido ameaçado por fazendeiros.

Dúvidas - A polícia ainda não classificou o motivo do crime. Uma das hipóteses é que tenha sido um assalto. Outra hipótese é que os auditores tenham sido assassinados em decorrência do trabalho de fiscalização nas fazendas.

As condições em que ocorreu o crime também estão sendo investigadas. Uma das possibilidades é que os fiscais e o motorista tenham sido mortos por três pessoas ou duas, sendo que uma tinha duas armas nas mãos. Está sendo investigada também a possibilidade de existir mais de um veículo envolvido no caso e os assassinos terem se comunicado após a execução dos fiscais.

Um dos fazendeiros autuados pelos fiscais é Norberto Mânica. Segundo relatório divulgado pelo jornal O Estado de Minas, a família Mânica tem um escritório para administrar a contratação de funcionários nas fazendas, mas mesmo assim ainda utiliza os "gatos" (intermediários) para isso. O Condomínio Rural Mânica emprega de mil a 1.500 trabalhadores, segundo a secretária Célia Paz.

Ela informou que os trabalhadores têm carteira assinada e descontam para o Fundo de Garantia e a Seguridade Social. Os trabalhadores recebem R$ 10 por tarefa executada em uma área de 25 metros de largura por 55 metros de comprimento e são contratados por 45 dias para a colheita do feijão. Normalmente, cada um consegue realizar apenas uma tarefa por dia. "Alguns fazem apenas meia por dia", revelou a secretária.




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