Foram apenas 200 metros. Tão somente 200 metros. Mas foram, sem qualquer chance de errar, os 200 metros mais marcantes e emocionantes dos meus 39 anos. Para realizar o pequeno percurso, demorei não mais do que dois minutos e meio. Isso, convenhamos, para quem completa uma maratona – no meu caso, foram três até aqui –, é um simples arranque. Difícil até de imaginar essa distância quando que o que se tem em mente são 42 mil metros. Nesse caso, esses 200 metros foram mais importantes do que somados os três percursos de 42 quilômetros. Mas o que faz com que esses poucos passos tenham tanta relevância, mais do que o enorme esforço de percorrer distância tão longa? Talvez o simbolismo desses 200 metros.

Ontem, tive a imensa felicidade de ser um dos condutores da Tocha Olímpica em Santos, minha cidade-natal. Adrenalina a mil desde o início da manhã desta sexta-feira. Fui o responsável por carregar a chama olímpica na Avenida Bartolomeu de Gusmão, a avenida da praia, um dos principais cartões-postais da cidade. E ali pude ver o carinho dos santistas com esse também filho da terra. Nos poucos minutos em que fiquei no ponto de espera até a chegada do condutor para me passar o fogo foram centenas de <CF160>selfies</CF>, abraços, conversas, sorrisos e desejos de boa-sorte. Até chegar o momento mágico. Aquele que todo mundo espera. E que você se emociona. E não quer que acabe. Agora faço parte da história dos Jogos Olímpicos. Por apenas 200 metros percorridos. Os 200 metros mais importantes da minha vida. Uma emoção eterna.