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Direito São Bernardo aprova política de cotas

Instituição dará oportunidade a alunos negros, indígenas e oriundos de instituições públicas

Natália Scarabotto
Especial para o Diário
05/07/2016 | 07:00
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A Faculdade de Direito São Bernardo aprovou política de cotas raciais, para negros (pardos e pretos) e indígenas, e cotas socioeconômicas, para estudantes de baixa renda. A medida começa a valer no vestibular 2017, que acontece no fim deste ano.

A faculdade oferece anualmente 480 vagas. Com a nova política, 15% serão destinadas aos cotistas – sendo metade para cada tipo de cota. Ou seja, serão 72 vagas no total, sendo 36 para cotas raciais e 36 para a cota com critério socioeconômico (que inclui estudantes que fizeram o Ensino Fundamental 2 e o Ensino Médio em escolas públicas).
Os vestibulandos cotistas terão que atingir pontuação diferente para ingressar na faculdade. Entretanto, quem atingir a pontuação geral entra pelo processo seletivo de não-cotistas.

De acordo com o presidente do Centro Acadêmico, Giovanni Monteiro, o objetivo é democratizar o acesso à faculdade e à área do Direito. “Ambos são historicamente elitizados e ocupados por pessoas brancas, principalmente por causa do valor da mensalidade. Os negros são minoria, apenas 10% dos 2.400 alunos se declaram negros e só temos um indígena”, afirma Monteiro.

A conquista é um passo importante para a inclusão social, mas, de acordo com o presidente do Centro Acadêmico, “ainda é pouco e não resolve o problema da desigualdade. Trata-se de uma política paliativa que dá acesso a quem nunca teve oportunidade de cursar um Ensino Superior de qualidade.”

Para a permanência dos cotistas, o Centro Acadêmico busca garantir que todos que comprovem não ter renda suficiente para pagar a mensalidade tenham direito a desconto que varia de 10% a 100%. A medida faz parte do ProMais (Programa Faculdade Mais Igual) da instituição.

TRAJETÓRIA

A implementação das cotas demorou cerca de dois anos para acontecer. No fim de 2014, foi criado o Comitê Pró-Cotas, a fim de dar início ao processo.

No ano seguinte, foram feitas palestras e debates com os estudantes para explicar sobre as cotas. No período, também foi eleita a atual chapa do Centro Acadêmico.

Em 2016, surgiu o coletivo de estudantes negros Cena Preta, que se juntou aos outros envolvidos na causa, dando mais força para que a política finalmente fosse aprovada, neste semestre, pela congregação da faculdade.
 




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