Uma casa construída há mais de 70 anos que pertence à Aciarp (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Ribeirão Pires) está abandonada há quase quatro anos e hoje serve apenas como abrigo para mendigos. O imóvel, que fica na avenida Santo André, no Centro Alto de Ribeirão Pires, foi invadido várias vezes por moradores de rua, que descaracterizaram a casa, ao destruir várias partes internas e externas.

Sem verba para a reforma, a Aciarp reverterá o dinheiro arrecadado com cursos e palestras nos próximos dois anos para tentar recuperar o imóvel. A casa com vitrais, portas com detalhes artesanais, forro decorado e arquitetura da década de 30 do século passado, precisa de um restauro para recuperar suas características. O que deve custar cerca de R$ 80 mil. “A casa foi muito degradada no tempo em que ficou fechada. Além de deixá-la sem condições de uso, temos de restaurá-la para recuperar o charme que ela tinha; o problema é que o custo dessa obra é alto”, disse Eduardo Nogueira, presidente da Aciarp.

O casarão está fechado desde outubro de 1998 quando a Prefeitura, que locava o imóvel, o desocupou. A então presidente da Aciarp, Maria de Lourdes Zampol, se recusou a receber as chaves, alegando que a casa necessitava de reforma. A Prefeitura, por sua vez, afirmava que no processo de locação constava uma reforma feita em 1992.

Há dois anos, Nogueira disse que a entidade faria uma campanha para arrecadar dinheiro para a reforma, o que não aconteceu. “A situação econômica não permite que peçamos dinheiro aos empresários, então tivemos dificuldade em arrecadar a verba. Agora, como estamos de mudança para um espaço maior, promoveremos cursos e palestras e o dinheiro irá para a reforma da casa.”

Na quinta-feira passada, representantes da Gerência de Cidadania da Prefeitura visitaram a casa, que é uma das opções para ser a Casa do Migrante, um abrigo para moradores de rua. A degradação do local, porém, deve dificultar a locação, já que a Aciarp teria de reformar a casa antes de fechar o contrato com a Prefeitura.

A casa da Aciarp foi construída há 70 anos pelo armeiro Augustinho Figueiredo. Em 1968, o imóvel foi vendido para a Prefeitura, que instalou uma associação assistencial e depois a cedeu para a Aciarp.