Economia Titulo Balanço
Atividade da indústria cresce
apenas 0,6% em 2011, diz Fiesp

Em 2010, foi registrada expansão de 8,7%; representantes
do setor expressam preocupação com o panorama atual

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
31/01/2012 | 06:18
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Os dirigentes regionais do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo estão preocupados com o cenário em que se encontra o setor na região, que vem acompanhando os resultados estaduais. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e o Ciesp divulgaram, ontem, que a atividade industrial cresceu apenas 0,6% no ano passado, contra expansão de 8,7% em 2010.

O resultado é alarmante, tendo em vista que pode, em futuro próximo, refletir em desaceleração do emprego no Grande ABC, e até, em cenário pessimista, impulsionar o desemprego na indústria. "Nós estamos começando agora um processo de redução no trabalho na indústria e em algum tempo ele pode se tornar perigosamente negativo", opinou o dirigente do Ciesp Diadema, Donizete Duarte da Silva.

Ele destacou que o cenário de desaquecimento da indústria ocorre por diversos fatores como o alto número de importação no País e a carga tributária alta, mas principalmente pelo histórico da Educação no País.

"As empresas são movidas pelos funcionários. Com o baixo investimento que o governo faz em Educação no País temos pequeno número de profissionais capacitados para contribuir para desenvolvimento de produtos nas indústrias", criticou Duarte da Silva, comparando o modelo educacional brasileiro com o do Japão, no qual houve investimento maciço na Educação há décadas, o que, para ele, resultou no alto índice de desenvolvimento da indústria japonesa.

Para o diretor do Ciesp de Santo André, Emanuel José Viveiros Teixeira, a carga tributária brasileira tira a competitividade das empresas contra os produtos importados. "Se continuarmos com falta de política industrial (por parte do poder público) que dê autonomia para a empresa competir no mercado, nada vai melhorar", observou o dirigente.

Teixeira comentou que a elevação do Índice de Nível de Atividade da indústria paulista de 0,6% não é tão diferente do que a alta de 8,7% de 2010, dadas as devidas proporcionalidades. "O crescimento naquele ano foi sobre uma base menor, de 2009. E de 2011 mostrou quase que estagnação, já que a base aumentou. Dificilmente teremos o índice no patamar alto que atingia antes da crise (iniciada em setembro de 2008)."

O INA faz parte do levantamento de conjuntura da Fiesp, pesquisa junto a cerca de 850 empresas do Estado. O resultado é um síntese da situação de fatores das companhias, como vendas, salários, empregos e nível de utilização da capacidade instalada.




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