A emissora de rádio americana RFE/RL (Radio Free Europe/Radio Liberty), cuja jornalista Parnaz Azima está presa desde o fim de janeiro no Irã, afirmou que, segundo as autoridades iranianas, ela permanecerá no país até que um tribunal tome uma decisão sobre seu caso.

A RFE/RL informou que dirigentes do governo iraniano transmitiram a mensagem ao advogado da jornalista, que teve o passaporte confiscado quando desembarcava no país para ver a mãe.

O advogado de Azima, Mohammad Hossein Aghasi, disse por telefone à emissora que o processo poderia começar em alguns meses.

A jornalista, residente em Praga, tem a dupla nacionalidade iraniana e americana e trabalha desde 1998 para a Radio Farda (Rádio de amanhã), que transmite os programas da RFE/RL em persa para o Irã.

Azima, que evitou a prisão pagando uma fiança de cerca de US$ 550 mil, descreveu sua situação como a de "um prisioneiro cuja duração da pena ainda não foi determinada".

Acusada de fazer propaganda contra a República Islâmica e de trabalhar para uma rádio "contra-revolucionária", ela rejeitou estas alegações e pediu várias vezes, em vão, que seu passaporte fosse devolvido.

Como todas as emissoras estrangeiras presentes no Irã (BBC, RFI, Kol Israel, Voice of America), a Radio Farda tem uma importante audiência no país.

Considerada pelas autoridades iranianas como a "rádio da CIA", a RFE/RL foi criada no início dos nos 50, em plena Guerra Fria. Em 1995, a estação, até então instalada em Munique, na Alemanha, foi deslocada para Praga.

Nos últimos anos, a rádio reduziu seus programas para a Europa Central para se concentrar no Iraque, no Irã e no Afeganistão.