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Iraque é viveiro de terroristas, advertem especialistas
Por Da AFP
18/06/2007 | 18:07
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Uma nova geração de combatentes islâmicos começa a aparecer no Oriente Médio e poderia estender a guerra santa, advertem os especialistas. Os jovens seriam mais bem preparados no Iraque do que seus precursores na guerra anti-soviética no Afeganistão

Os estudiosos afirmam que a presença de voluntários sauditas, jordanianos e iemenitas no campo palestino de Nahr al-Bared (norte do Líbano), além das detenções na Jordânia ou na Arábia Saudita de jihadistas vindos do Iraque, ilustram um fenômeno que aumentou bastante nos últimos tempos.

Marwan Shehadeh, especialista em movimentos radicais do Vision Research Institute de Aman, ligado à mídia islâmica na Jordânia, estima que “a resistência iraquiana já não necessita de mão-de-obra vinda do interior: tem à disposição mais do que o necessário. Isso libera os estrangeiros que participam do movimento para ir combater em outros lugares”.

“Estão em contato entre si porque a ideologia salafista se espalhou pelos países árabes e islâmicos”, explica.

Shehadeh afirmou que os combatentes estão bem treinados e dispostos a iniciar uma guerra global contra seus inimigos, não só Israel e os Estados Unidos, mas também contra os regimes árabes apoiados pelo Ocidente.

Para Mohamed al-Masri, pesquisador do Centro de Estudos Estratégicos de Aman, “ainda há gente que entra para se unir à resistência no Iraque, mas há também outros que saem. O Iraque exporta terroristas”.

Segundo os especialistas, a intensidade dos combates, o considerável arsenal de armas e explosivos disponíveis e a sofisticação das bombas usadas pelas forças antiamericanas fazem do Iraque um campo de treinamento excepcional. Em relatório entregue em abril ao governo americano, Dennis Pluchinsky, que ocupava o cargo de especialista em espionagem do Departamento de Estado, diz que os veteranos do Iraque são mais perigosos porque estão mais bem formados que a geração anterior de combatentes que atuava no Afeganistão.

“Se o Afeganistão era uma caixa de Pandora que criou grandes problemas quando foi aberta, o Iraque é uma caixa muito maior e com um conteúdo bem mais explosivo”, explica Mohamed al-Masri.

Atentados - Em agosto de 2005, um jordaniano vindo do Iraque foi detido por ter disparado vários foguetes contra navios da marinha americana (sem atingi-los) no porto de Aqaba (sul da Jordânia). Quatro meses depois, um comando suicida também vindo do Iraque realizou atentados contra três grandes hotéis de Aman, matando 60 pessoas.

Em junho de 2006 foi descoberto um atentado em fase de preparação por voluntários que também tiveram passagem pelo Iraque: um terrorista suicida carregado de explosivos seria enviado ao aeroporto da capital jordaniana.




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