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Setor de logística pede investimentos
Por Leda Rosa
Do Diário do Grande ABC
30/04/2007 | 07:00
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A cifra que o Brasil conquistou na balança comercial de 2006 é impressionante: US$ 228,9 bilhões. As perspectivas do comércio exterior para os próximos dez anos mantêm o cenário expansionista, com crescimento de 8% ao ano. É o dobro do PIB mundial, cujo incremento tem se mantido em torno de 4% ao ano. Apesar do ambiente tão róseo, os empresários brasileiros não escondem a insatisfação. Reunidos na Capital, exibiram bons resultados individuais – como a Tomé, empresa de logística e transporte industrial do Grande ABC – mas foram taxativos ao apontar o governo como o maior responsável pelos entraves que isolam o setor do excelente momento internacional.

Nos últimos quatro anos, as exportações verde-amarelas mais do que dobraram (127,7%). No entanto, a ampliação expressiva do fluxo de comércio, não reflete, segundo os empresários de logística presentes no Encontro de Conferências da Intermodal 2007, o sucateamento ao qual o governo vem relegando o setor há, pelo menos, 15 anos.

“Nas conferências pudemos perceber que nossas queixas não mudam há 15 anos. Temas como o investimento em obras que melhorem os portos, as estradas, continuam sem solução. O governo é letárgico, parado, só empreende ações pífias de tapa-buracos”, diz Tadeusz Polakiewicz, diretor do grupo Intermodal. O executivo disse que por parte deste quadro o empresário nacional perde competitividade em relação a exportadores como China. “E, para piorar, estamos voltando à época colonial, tornando a focar a exportação do álcool. É uma herança maldita.”

Tomé - A burocracia do Estado é uma das principais reclamações de Laércio Tomé, presidente e fundador da empresa de logística e transporte industrial com sede em São Bernardo, que lamentou o grande tempo que as cargas levam para serem entregues e retiradas, por conta das exigências governamentais. Os altos custos das taxas das rodovias também foram salientados pelo executivo. “A situação onera firmemente as exportações”, diz. Entre as melhorias do setor, Tomé, cuja maior parte dos serviços prestados acontecem em terminais portuários, aponta a melhoria da infra-estrutura dos portos.

Como novidade na Intermodal, a Tomé apresentou a compra de duas máquinas alemãs da marca Liebherr modelo LHM500, do tipo mobil crane, para movimentação de contêineres. O equipamento otimizará as operações no porto de Pecém, no litoral cearense. “Poderemos oferecer uma estrutura bem mais ágil para nossos clientes armadores”, diz Tomé.

O novo maquinário inaugura a parceria com a Termaco, operador portuário da Tomé em Fortaleza. “Acredito que a perspectiva deste porto é bastante favorável, por conta do calado natural, que serve muito bem às grandes embarcações.”

A empresa, de 33 anos, já trabalha em todos os portos do País, com destaque para o de Santos – onde mantém a maior parte das atividades – além dos de Salvador, Vitória, Itajaí e Rio Grande. Nos últimos cinco anos, a Tomé tem mantido aumento de vendas em torno de 10% e, para 2007, a perspectiva é de 15%.



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