Em encontro ontem na Capital, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, sacramentou o retorno do sindicalista Cícero Martinha, secretário do Trabalho de Santo André, às fileiras da legenda, depois de um ano filiado ao PT, em sua segunda passagem. Conforme antecipado pelo Diário, a mudança partidária tem como alvo engrossar o projeto de reeleição do prefeito Carlos Grana (PT) e enterra as chances de alteração no cenário político. Isso porque o ex-chefe do Executivo Aidan Ravin (PSB) procurava espaço alternativo na sigla como plano B ao Paço.

A estratégia envolvendo o aliado de Grana consolida a primeira movimentação dentro da empreitada à Prefeitura, em 2016. De quebra, a tática devolve ao PDT participação no primeiro escalão. A reunião contou ainda com o secretário-geral pedetista, Luiz Antônio de Medeiros, nomeado para ser coordenador das subprefeituras de São Paulo, no governo Fernando Haddad (PT) – em evidente aproximação da cúpula da sigla com o petismo.

Martinha se reuniu na quarta-feira, ao lado do prefeito, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sede do Instituto Lula, no Ipiranga. Na ocasião, o líder petista deu aval à troca. Segundo o secretário do Trabalho, a efetivação significa “mais uma força” para a campanha de Grana. “É a certeza de que o PDT vai compor com o PT na cidade. Desta forma, amplia o leque de aliança do prefeito. Com a morte do Adonis (Bernardes, ex-comandante da executiva municipal) o partido ficou solto. Essa vinculação tira qualquer dúvida da posição. Fecha o círculo.”

Grana sustentou que houve apoio integral do Paço ao relembrar que o PDT lançou candidatura própria em 2012, com o advogado Raimundo Salles, hoje no PPS. “Fica consolidada a articulação e cria as condições de caminharmos juntos desde o primeiro turno, tendo em consideração que outros prefeituráveis estavam buscando adesão do partido”, disse, adiantando que as lideranças do PT já atuam para concretizar as siglas que fizeram parte da coligação do último pleito municipal e também fortalecer o quadro ao angariar novas agremiações.

O sindicalista é cotado para encabeçar chapa de vereadores no ano que vem e receber alto índice de votos com vistas a assegurar cadeira na Câmara – atualmente, a legenda tem um representante, com Carlos Ferreira, que pretende sair e migrar para outro partido.
Apesar de o panorama eleitoral ser cogitado, Martinha evita falar sobre a proposta, defendida pela estadual pedetista. “Queremos montar chapa forte e alguns nome estão neste contexto. Há pelo menos cinco nomes ligados ao Sindicado dos Metalúrgicos de Santo André que podem integrar esse projeto”. Na concepção do PDT, ele poderia ser alçado como candidato a deputado federal em 2018 com base na região.

Apesar da entrada de Martinha, Sivaldo Pereira, o Espirro, deve continuar na presidente da executiva local.