O número de roubos no Grande ABC teve a primeira queda após 18 meses consecutivos de alta. Dados divulgados ontem pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) mostram que, em janeiro, a Polícia Civil registrou 2.275 assaltos na região, 0,5% a menos que os 2.287 registrados no primeiro mês de 2014. Outros indicadores criminais também apresentaram variação negativa.

A redução nos roubos no Grande ABC segue tendência, mas ainda é tímida em relação à observada na Capital (-1,7%) e no Estado (-4,1%). Por outro lado, o número de vítimas de homicídios dolosos (quando há intenção de matar) diminuiu 36,4% na região. Na cidade de São Paulo, o decréscimo foi de 1,9%, enquanto a média estadual foi 13,4% inferior (veja tabela completa nesta página).

Os roubos de veículos, que sempre registraram índices alarmantes no Grande ABC, tiveram diminuição expressiva nas sete cidades, passando de 1.339 para 1.026 registros (23,4% a menos). Na Capital e no Estado, houve queda de 20,4% e 18,8%, respectivamente.

Em relação aos furtos de veículos, o Grande ABC também obteve resultados satisfatórios. Foram 788 casos em janeiro deste ano, 11,3% a menos que no mesmo período de 2014. Na Capital, o decréscimo foi de 5,7%, enquanto o Estado apresentou oscilação de - 6,8%. Nos furtos em geral, foram 16,4% menos ocorrências na região nesse intervalo de tempo.

De acordo com o comandante da PM (Polícia Militar) no Grande ABC, coronel Marcelo Cortez Ramos de Paula, a queda nos principais índices de criminalidade começou a ser planejada muito antes, com o aperfeiçoamento dos trabalhos de pesquisa e inteligência. “Isso se soma ao reforço da Dejem (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar), na qual o policial militar atua em seu horário de folga, sendo remunerado para isso e representando importante reforço no policiamento.”

Sobre a queda de 0,5% nos casos de roubos em geral, o coronel explica que ela também era esperada, já que a possibilidade de registrar determinados tipos de crime por meio da Delegacia Eletrônica foi implantada há pouco mais de um ano. “Com o registro on-line, houve aumento de dois tipos de casos: os que eram subnotificados e os que correspondem à falsa comunicação de crime, o que inflou o número de roubos mês a mês, sendo que eles eram comparados com períodos em que a Delegacia Eletrônica não existia. Agora a comparação será igual.”

O comandante ainda ressalta que a obrigatoriedade de se informar o IMEI (International Mobile Equipment Identity ou Identificador Internacional de Equipamentos Móveis, em português) ao registrar roubos de celulares e, assim, bloquear o aparelho, deve contribuir também para a diminuição do índice. (colaborou Camila Galvez)